Adesivo médico de fácil aplicação é cicatrizante

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Projeto (esquerda) e aplicação (direita) do adesivo biomédico.
[Imagem: Akihiro Nishiguchi/NIMS]

 

Redação do Diário da Saúde

 

Adesivo cirúrgico

Pesquisadores japoneses desenvolveram uma cola médica, aplicada em estado líquido, que é capaz de curar incisões operatórias.

O adesivo, batizado de adesivo tecidual fundido, apresentou excelentes propriedades em termos de facilidade de uso, adesividade aos tecidos, biocompatibilidade e capacidade de prevenir complicações pós-operatórias.

Os materiais médicos atuais, projetados para prevenir a adesão pós-operatória, são conhecidos por terem várias desvantagens, incluindo fraca adesividade aos tecidos, dificuldade no manuseio durante a endoscopia, preparação incômoda e dificuldade na preparação de uma mistura líquida homogênea que garanta seu bom funcionamento.

A nova alternativa resolve todos estes problemas. É um adesivo contido em uma seringa única, sem exigir misturas, com uma temperatura de transição sol-gel ajustável, projetada para fundir acima de 40°C e solidificar em um gel à temperatura corporal.

O adesivo é feito com gelatina derivada de tendão suíno, acrescido de um número específico de grupos de ureidopirimidinona (UPy), ajustando assim o número e a força das ligações de hidrogênio intermoleculares dentro dele.

A expectativa é que este adesivo tecidual seja capaz de se transformar em um gel estável dentro do corpo humano, ligar-se fortemente aos tecidos e eventualmente se decompor e ser absorvido pelo corpo, evitando assim o desenvolvimento de aderências pós-operatórias e eliminando a necessidade de cirurgia secundária.

De fato, testes em animais, usando modelos de parede ceco-abdominal, demonstraram que o uso desse adesivo não causou adesão pós-operatória.

 

Adesão pós-cirúrgica

Complicações pós-cirúrgicas (por exemplo, aderências, sangramento, inflamação e infecções) são questões importantes na medicina clínica.

Por exemplo, a adesão pós-cirúrgica - a ligação do tecido ferido a um órgão vizinho à medida que cicatriza - pode causar íleo, infertilidade e dor pélvica.

Essas complicações podem afetar negativamente a qualidade de vida dos pacientes, prolongar a hospitalização e exigir novas cirurgias corretivas.

 
Checagem com artigo científico:

Artigo: Hotmelt tissue adhesive with supramolecularly-controlled sol-gel transition for preventing postoperative abdominal adhesion
Autores: Akihiro Nishiguchi, Hiroaki Ichimaru, Shima Ito, Kazuhiro Nagasaka, Tetsushi Taguchi
Publicação: Acta Biomaterialia
Vol.: 146, Pages 80-93
DOI: 10.1016/j.actbio.2022.04.037
 
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