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Jornalista: Indefinido

04/11/19 - O melanoma, tipo de câncer de pele mais agressivo, pode se originar nos folículos capilares, e não na pele, de acordo com um estudo feito em camundongos e publicado nesta segunda-feira (4) no periódico Nature Communications. Os folículos capilares são estruturas semelhantes a bolsas, localizadas na camada mais profunda da pele. É lá que as células que produzem pigmentos desenvolvem alterações genéticas causadoras de câncer, afirmam os autores do estudo.

Os cientistas ainda mostraram que essas células-tronco pigmentares recém-cancerígenas migram para cima e para fora dos folículos. Após esse processo, os melanomas são estabelecidos na superfície da pele antes de se espalhar para camadas mais profundas. "Ao confirmar que as células pigmentares oncogênicas nos folículos capilares são uma fonte genuína de melanoma, temos uma melhor compreensão da biologia desse câncer e novas ideias sobre como combatê-lo", disse Mayumi Ito Suzuki, uma das autoras, em um comunicado à imprensa.

Já era sabido que esse tipo de câncer afetava os melanócitos (células que produzem pigmento proteico melanina, que protege a pele ao absorver parte dos raios ultravioleta do sol, que danificam o DNA). A manifestação percebida é sempre uma pinta ou sinal acastanhado ou negro que muda de cor, formato ou de tamanho e que pode causar sangramento.

Segundo a principal autora da pesquisa, Qi Sun, da Universidade de Nova York, embora as descobertas exijam confirmação em testes em humanos, elas mostram que o melanoma pode surgir em células-tronco pigmentares originárias dos folículos e camadas da pele, "de modo que alguns melanomas têm múltiplas células-tronco de origem".

Como o estudo foi feito
A equipe modificou geneticamente alguns modelos de camundongos, de forma que conseguiram rastrear com precisão um tipo chave de células-tronco pela primeira vez.
Após a investigação, os autores confirmaram que as células de melanoma podem surgir de células-tronco de melanócitos, que migram anormalmente para cima e para fora dos folículos capilares para entrar na epiderme, a camada mais externa da pele.
Sabendo onde procurar o evento original que causa câncer, os pesquisadores eliminaram temporariamente os sinais um a um no ambiente folicular, para ver se o câncer ainda se formava sem eles.

O resultado mostrou que, neste caso, as células-tronco dos melanócitos foliculares, apesar de terem mutações genéticas causadoras de câncer, não se multiplicam ou migram para causar melanomas.

Quando procurar um dermatologista
Muitas lesões cancerosas podem se assemelhar a pintas, manchas ou machucados, por isso de maneira geral é importante procurar um dermatologista toda vez que você perceber alguma alteração na pele, como:

Manchas que coçam, ardem, escamam ou sangram;
Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor;
Feridas que não cicatrizam em 4 semanas;
Mudança na textura da pele ou dor.
Para facilitar a identificação de lesões suspeitas, os dermatologistas criaram uma metodologia baseada nas letras do alfabeto:

A metodologia baseada nas letras do alfabeto ajuda a identificar lesões de pele suspeitas - Divulgação/Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)
A metodologia baseada nas letras do alfabeto ajuda a identificar lesões de pele suspeitas
Imagem: Divulgação/Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)
- A de assimetria: quanto mais assimétrica for uma mancha ou pinta, maior o risco de ser um câncer;
- B de bordas: bordas irregulares também são sinais de perigo;
- C de cor: pintas com mais de uma cor e com tons pretos podem ser melanoma;
- D de diâmetro: lesões com mais de 5 milímetros merecem mais atenção;
- E de evolução: mudanças na cor, tamanho ou forma de uma lesão ou pinta devem ser investigadas
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