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Segundo a Organização Mundial da Saúde, elas tiram cerca de 700 mil vidas por ano. Se o ritmo do avanço continuar, em 2050, o número será de 10 milhões por ano.
A prescrição excessiva de antibióticos para humanos e também para o gado favorece a criação de infecções mais fortes, tornando-as mais difíceis ou mesmo impossíveis de tratar com a medicina atual. O avanço dessas bactérias se dá pelo simples processo de reprodução daquelas que são resistentes aos antibióticos. Isso permite o surgimento de cepas mais fortes de doenças como tuberculose e gonorreia.
Até mesmo pacientes internados com covid-19 recebem tratamentos com base em antibióticos, o que pode favorecer a criação de mais bactérias resistentes a tais medicamentos no futuro. Uma análise de mais de mil estudos sobre o novo coronavírus indica que 72% de 2.000 pacientes em diferentes países teriam recebido tratamento com antibióticos.
Segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, cerca de 3 milhões de americanos contraem uma bactéria resistente a antibióticos por ano, entre os quais 35 mil morrem.
Para evitar mortes por bactérias resistentes aos medicamentos atuais, além da prescrição cautelosa de tais remédios, é necessário que a pesquisa e desenvolvimento de novos antibióticos avance.
O Reino Unido está investindo 60 milhões de dólares na criação de novos antibióticos por meio de um fundo de inovação e também do seu Serviço Nacional de Saúde, similar ao SUS e chamado pela sigla NHS. No plano, o país teria acesso com pagamento antecipado pelos medicamentos, e não teria que comprá-los por unidade.
Em julho deste ano, foi criado um novo fundo de 1 bilhão de dólares que é apoiado por 20 empresas do ramo farmacêutico, entre elas Merck (MSD no Brasil), Pfizer e Eli Lilly. O objetivo é justamente desenvolver novos antibióticos. Em entrevista para a CNBC, em julho, David Ricks, president global da Eli Lilly, afirmou que as bactérias resistentes a antibióticos têm potencial para provocar uma nova pandemia.
Autoridades de saúde globais alertam que as mortes por essas bactérias podem superar o número de mortes por coronavírus dentro de alguns anos, se nada for feito ou se o avanço do desenvolvimento de novos medicamentos for mais lento do que o avanço desses microrganismos.
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