A Amil pode voltar às mãos de uma de suas fundadoras. Segundo o jornalista Lauro Jardim, do “O Globo”, Dulce Pugliese está negociando a recompra da companhia e da rede de hospitais Américas com o United Health Group (UHG), que adquiriu a empresa em 2012. A operação envolveria uma troca de ações, já que Pugliese possui uma participação no UHG avaliada em R$ 7,5 bilhões.
A venda da Amil e da rede de hospitais pelo UHG vem sendo cogitada há algum tempo, mas o grupo americano não aceita vender os ativos separadamente. O BTG Pactual foi contratado para assessorar a operação e buscar possíveis interessados. Uma das possibilidades é que um consórcio de empresas e fundos do setor de saúde faça uma oferta conjunta e depois divida os ativos entre si.
Um dos nomes que aparece como potencial comprador é o de José Seripieri Filho, o Júnior, fundador da Qualicorp e da QSaúde. Ele teria se aproximado de fundos estrangeiros para fazer uma proposta pela Amil. Júnior já tem experiência no mercado de planos de saúde e recentemente comprou o Hospital Paulistano, em São Paulo.
O valor da venda da Amil e da rede de hospitais pode ficar entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, de acordo com uma estimativa do Bank of America (BofA). O banco levou em conta o histórico de transações com hospitais similares e considerou que cada leito vale entre R$ 2 milhões e R$ 4 milhões, enquanto cada beneficiário dos planos de saúde vale entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. A Amil tem cerca de 3 milhões de clientes e seus hospitais têm 2,5 mil leitos.
A recompra da Amil por Dulce Pugliese seria um marco na história da empresa, que foi fundada em 1976 por ela e seu ex-marido, Edson de Godoy Bueno, falecido em 2017. Os dois transformaram a Amil na maior operadora de planos de saúde do país, com uma receita de R$ 16 bilhões em 2019. A venda para o UHG foi fechada por US$ 4,9 bilhões em 2012, mas desde então a empresa enfrentou dificuldades para se adaptar ao mercado brasileiro e teve prejuízos nos últimos anos.
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