embrapii-logo-horizontal-hc.png?profile=RESIZE_710xValor Econômico
Jornalista: Fabio Graner


14/01/20 - Depois de ter corrido o risco de fechar, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) conseguiu, no apagar das luzes de 2019, obter R$ 80 milhões do Ministério da Educação (MEC) e vai lançar nesta semana uma chamada pública para alavancar novas unidades e projetos.

Além desse dinheiro, a estatal que busca fomentar a inovação nas empresas
privadas conseguiu, por meio de emenda, prever R$ 47 milhões na lei orçamentária de 2020, embora esses recursos ainda não estejam no seu caixa – diferentemente dos R$ 80 milhões.



Ao Valor o presidente da Embrapii, Jorge Guimarães, comemorou o aporte de recursos feito pelo MEC. Isto permitirá o lançamento de uma chamada pública para abertura de até oito novas “Unidades Embrapii”, instituições com as quais mantém parceria para a execução dos projetos com o setor privado. Ele explica que a falta de recursos impediu tal movimento nos últimos dois anos, mas agora está previsto para que o edital seja lançado amanhã.

Atualmente, a Embrapii tem na sua carteira 854 projetos, sendo que a estatal injetou pouco mais de R$ 450 milhões desde 2015, quando começou a efetivamente operar. O modelo de operação é tripartite e, portanto, cada R$ 1 investido pela companhia alavanca outros R$ 2 para os projetos de inovação tecnológica.

“Esses R$ 80 milhões já estão no caixa e permitirão que a gente alavanque R$ 240 milhões em investimentos”, disse Guimarães. Ele aponta que as áreas que serão objetos da chamada pública são: novos materiais, energia renovável, tecnologia de informação e agronegócio.

Cada projeto terá um plano de ação de seis anos, mas o presidente da Embrapi avalia que o prazo de execução poderá ser inferior. Ele destaca que o modelo de atuação da companhia oferta para as empresas um centro de pesquisas.

Guimarães afirma que a estatal ainda busca ampliar seus recursos disponíveis e, para tanto, negocia novos aportes com outros ministérios. Um dos alvos, diz, é o Ministério de Minas e Energia. Ele lembra que mais de 200 projetos hoje realizados com recursos da estatal são nas áreas de energia e mineração, ou seja, haveria grande sinergia com essa pasta. No ano passado, a empresa já havia tentado isso, mas não obteve recursos da pasta. Guimarães, contudo, acredita que esse ano pode ser diferente, pois em 2019, lembra, aquele ministério teve um corte substancial de orçamento, recomposto no fim do ano.



Guimarães defende que o uso da Embrapii deve ser visto como uma alternativa interessante para os ministérios, já que o dinheiro aportado na empresa pode ser usado a qualquer tempo nos projetos de desenvolvimento tecnológico, não estando sujeito a limites ou calendários orçamentários, depois que são alocados nela.

A falta de recursos fez com que, por volta de outubro do ano passado, o conselho da estatal considerasse o encerramento de suas operações. O tema chegou a ser tratado no conselho de administração da companhia. “Nós viramos o jogo com os recursos do Ministério da Educação”, disse Guimarães. “O governo entendeu a importância da empresa e creio que morreu a história de fechar a Embrapii”, afirmou.

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