Trabalhadores fazem protesto na frente de unidade da Pfizer em São Paulo após demissões - Divulgação
Maria Mazzei e Iuri Corsini da CNN
Após a Pfizer demitir, há uma semana, 146 propagandistas no país, um grupo de ex-funcionários decidiu ocupar na tarde desta quarta-feira (25) o laboratório da empresa em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo.
Pela manhã, dirigentes sindicais se reuniram com o departamento jurídico da farmacêutica para negociar a revogação das demissões. Como a tentativa não deu certo, o grupo invadiu a empresa e promete permanecer no local até que a Pfizer reveja a questão.
Em nota, a Pfizer informou que está fazendo uma reformulação na organização e que demanda exige a “adoção de novos perfis” dos profissionais.
Ainda segundo nota da empresa, foram demitidos 126 funcionários –quantidade diferente do que informa o sindicado dos propagandistas– e muitos colaboradores que “possuíam o perfil adequado para essa nova forma de trabalhar assumiram novas posições”.
De acordo com a farmacêutica, “como resultado dessa transformação, deixamos de ter a atividade de promoção e propaganda médica por meio de representantes, propagandistas, promotores e consultores”.
Segundo Alexsandro Cardoso Diniz, presidente da Federação dos Propagandistas e Vendedores de Produtos Farmacêuticos do Estado do Rio de Janeiro, muitos dos trabalhadores que agora engrossam as estatísticas do desemprego do país estão doentes e todos foram pegos de surpresa.
“Temos um grande contingente de companheiros do lado de fora e outro do lado de dentro da Pfizer. As lideranças estão unidas para negociar e reverter essa situação que só vem a agravar a crise que o Brasil enfrenta. É inconcebível que uma empresa que apresenta números tão expressivos coloque tanta gente na rua, tantos pais e mães de família. Repudiamos com veemência essa ação”, disse Diniz. De acordo com ele, a empresa demitiu as pessoas sem dar explicações.
A Pfizer integra a lista dos laboratórios farmacêuticos mais importantes do mundo e teve grande protagonismo e excelente resultado impulsionado pela vacina contra a Covid-19.
Veja a nota da Pfizer Brasil:
“Sobre a transformação organizacional realizada pela Pfizer na semana passada, a companhia esclarece:
Estamos transformando a Pfizer em uma organização biofarmacêutica mais inovadora e ainda mais focada na ciência, e isso significa também mudar a maneira com que interagimos com os profissionais de saúde e que respondemos às necessidades deles e dos pacientes.
Como resultado dessa transformação, deixamos de ter a atividade de promoção e propaganda médica por meio de representantes, propagandistas, promotores e consultores. A partir de agora, teremos interações desempenhadas por colegas que ocuparão novas funções focadas em eliminar as barreiras de acesso à prevenção, ao diagnóstico e aos tratamentos. Isso demanda a adoção de novos perfis com capacidades específicas para atender às necessidades evolutivas de nossos clientes.
Muitos colegas que possuíam o perfil adequado para essa nova forma de trabalhar assumiram novas posições. Porém, 126 colegas – que representa menos de 7% da organização, deixaram a companhia. Nós valorizamos as importantes contribuições de nossos colegas e, por conta disso, todos aqueles afetados por desligamento terão um pacote de suporte adicional ao previsto na legislação, que é composto por um apoio financeiro e de extensão de benefícios de saúde.
Vale reforçar que estamos expandindo nossa atual equipe em determinadas áreas, como por exemplo em nosso grupo médico e de especialistas, já que estamos dando mais ênfase ao intercâmbio científico.”
*Postagem de 26/05/2022, repostada em 09/04/2024
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