ARTIGO: Saúde é prosperidade

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Autor: Alfredo Guarischi

 

 

13/01/20 - O setor privado bateu recordes em fusões e transações financeiras no ano passado. Mesmo com a entrada de capital estrangeiro, grupos de empresários brasileiros fizeram grandes investimentos. Sabem que saúde é um item essencial para todos vivermos melhor e mais.

O Rio de Janeiro é a cidade com o maior número de hospitais públicos no Brasil, e a maioria de sua população depende exclusivamente desses hospitais e postos de saúde. A Cidade Maravilhosa — não milagrosa — vem sofrendo com os desmandos e a desorganização de um sistema que não é único e muito menos unificado. Falta dinheiro sim, mas sobra má gestão há muitos anos.

O cidadão que quiser saber quanto um hospital ou posto de saúde recebe por mês, como são feitas as compras de medicamentos e equipamentos e por que elas não são centralizadas, como fazem as redes privadas (que com isso têm um poder de negociação maior), vai ter muita dificuldade para descobrir. Também terá que buscar arduamente, em muitos lugares, como são feitos e gerenciados os contratos de manutenção predial e de equipamentos, assim como serviços terceirizados de limpeza, segurança e lavanderia, critérios de contratação e lotação de funcionários, números e tipos de atendimento, taxas de reinternação e mortalidade hospitalar por patologia. Não há um local único que dê a transparência dos números, em tabelas e planilhas, de forma que o cidadão comum, o “consumidor”, possa ter acesso a tais informações. Os repórteres sabem como isso é enigmático.


Por que não colocam esses dados na rede?

É espantoso saber que há profissionais exercendo a mesma função com salários diferentes e que organizações sociais (OS) têm seus pagamentos bloqueados sem uma justificativa clara. A infindável troca de acusações entre autoridades, passadas e atuais, não leva a um futuro justo.

Durante quase todo o ano, assistimos a apelos pedindo medicamentos, leitos de CTI e atendimento para um idoso diabético com derrame.

Saúde sempre é notícia, diariamente, em todas as mídias, da primeira página aos cadernos de economia, esporte e sociedade, dos feitos científicos até a compra e venda de hospitais, laboratórios, planos de saúde. Infelizmente, o sistema público de saúde aparece muitas das vezes nas matérias policiais.

No entanto, há esperança. Foi notícia que no Hospital da Criança, gerenciado por uma OS, duas meninas que nasceram unidas foram separadas por uma enorme e competente equipe de profissionais, um sucesso do planejamento e execução dessa cirurgia complexa, o que permitiu às outrora irmãs siamesas irem mais cedo para casa. Esse fato bom não foi isolado, pois a fila de transplantes de órgãos é totalmente transparente, e o Estado do Rio de Janeiro bateu recordes de transplantes em 2019, mostrando que é possível às instâncias federal, estaduais, municipais, pública e privada funcionarem em harmonia.

O número de empregos diretos e indiretos é enorme. Sobram faculdades de Medicina no Brasil, mas faltam técnicos de enfermagem, farmacêuticos, assistentes sociais e um enorme grupo de profissionais sem os quais o sistema não funciona.

Será que o poder público desconhece isso?

São poucas as propostas objetivas, realísticas e factíveis para a melhoria global do sistema. Promessas que não esclareçam como serão realizadas no mundo real são falsidade.

Teremos em breve novas eleições para prefeitos e vereadores, e os discursos serão semelhantes em relação à saúde, segurança e educação. Basta ir à internet para assistir aos plágios. Tristeza.

O eleitor tem que ter responsabilidade com seu voto e não deve se seduzir com quem já deu carteiradas ou não cumpriu o que prometeu. O voto é nossa saúde. Saúde traz prosperidade.

 

(*) Alfredo Guarischi é médico

 

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