Embora as vacinas estejam no centro da luta de longo prazo contra a pandemia, farmacêuticas também apostam em tratamentos alternativos
Por Allan Gavioli
Infomoney
SÃO PAULO – A farmacêutica britânica AstraZeneca, que está trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus em conjunto com a Universidade de Oxford, anunciou que também está produzindo um medicamento para tratar e prevenir a Covid-19.
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A empresa disse que o estudo avalia se o AZD7442 – uma combinação de dois anticorpos monoclonais (mAbs) – é seguro e tolerável por seres humanos. O teste está sendo realizado em 48 participantes saudáveis, na faixa etária de 18 a 55 anos do Reino Unido.
Os mAbs imitam anticorpos naturais para combater infecções e podem ser sintetizados em laboratório. Atualmente a técnica é usada para tratar doenças crônicas e alguns tipos de câncer.
Se o estudo inicial mostrar que o AZD7442 é seguro, a AstraZeneca disse que continuará a testá-lo, tanto como um tratamento preventivo para Covid-19, quanto como um medicamento para pacientes que estão infectados com o vírus.
O desenvolvimento de anticorpos monoclonais contra o vírus está sendo realizado por outras farmacêuticas, como Regeneron, Eli Lilly, Roche e Molecular Partner.
“Tratamento promissor”
Na última segunda-feira (24), Bruce Aylward, diretor-geral assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que o tratamento é promissor e, se comprovada a eficácia e segurança, pode ser utilizado como substituto de uma possível vacina para grupos em que o imunizante não for apropriado.
Já Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos e um dos principais infectologistas do país, definiu esse tipo de medicamento como “quase uma aposta certa” contra o novo coronavírus.
Em junho, a AstraZeneca recebeu financiamento de US$ 23,7 milhões (cerca de R$ 155 milhões) do governo americano para avançar no desenvolvimento de tratamentos com anticorpos contra a Covid-19.
“Essa combinação de anticorpos, junto com a nossa tecnologia de extensão de meia-vida, tem o potencial de melhorar a eficácia e a durabilidade do medicamento, além de reduzir a probabilidade de resistência viral”, disse Mene Pangalos, vice-presidente executivo de produtos biofarmacêuticos da farmacêutica britânica.
Embora as vacinas estejam no centro da luta de longo prazo contra a pandemia, tratamentos alternativos também estão sendo desenvolvidos.
O bilionário Bill Gates, um dos principais nomes no combate ao coronavírus no mundo, também já deu entrevistas dizendo que a solução da pandemia deve começar com tratamentos terapêuticos, que devem ser aprovados antes do que uma vacina.
No último final de semana, os Estados Unidos autorizaram o uso de plasma de pacientes Covid-19 recuperado para tratar aqueles que estão doentes.
Segundo o jornal Financial Times, o governo de Trump está tentando acelerar a aprovação da vacina experimental da AstraZeneca e da Universidade de Oxford contra o novo coronavírus para que o país possa disponibilizá-la aos americanos antes da eleição.
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