O mercado de planos e de seguro saúde esteve entre os mais abatidos pela crise econômica dos últimos cinco anos. A queda do emprego formal causou uma diminuição do número de brasileiros cobertos por esses serviços. A redução foi de quase 7% de beneficiários, de 50,5 milhões, ao fim de 2014, para 47,1 milhões de pessoas, em setembro deste ano, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Apenas durante 2019, houve perda de 122 mil contratos. Na contramão dessa tendência, um serviço inovador ganha espaço.
Criado pela BSF Gestão de Saúde, sediada em Alphaville, nos arredores de São Paulo, trata-se de um seguro para medicamentos que cresceu 30% em número de vidas cobertas, apenas neste ano. “Funciona como um plano de saúde como os tradicionais do mercado, mas voltado para a compra de remédios”, diz Luis Blotta, CEO da companhia. “Desde os anos 1990, existe um mercado de cartões de descontos em farmácia, mas a gente faz o oposto.” Dependendo da cobertura escolhida, os beneficiados retiram o medicamento numa rede de 7 mil unidades credenciadas, ou compram o remédio em qualquer farmácia e recebem o reembolso. Em alguns casos, até as compras no exterior são cobertas. Doentes crônicos, como diabéticos e hipertensos, podem receber os remédios em casa e até alertas no telefone móvel, para não perderem o horário de tomar as doses.
PLANO CORPORATIVO A BSF comercializa os serviços principalmente com as áreas de recursos humanos das empresas. É uma garantia de que os planos de saúde pagos para os funcionários não sejam desperdiçados. “Pouco serve ter os funcionários cobertos por planos de saúde se muitos deles resolvem não tomar os remédios por conta do preço”, afirma Blotta. “Isso aumenta os níveis de absenteísmo e internações.” Para alguns trabalhadores, esse é um custo que acaba pesando nas contas mensais. O reajuste autorizado de medicamentos para este ano ficou em 4,33%, um percentual acima da inflação, de 3,75%, registrada em 2018.
O sucesso da BSF tem relação com uma compreensão de todo esse cenário e de que havia um nicho ainda a ser atendido. A empresa foi fundada há uma década pelo empresário Francisco Maximiano e decolou com a chegada em 2013 do CEO Blotta, que, após uma passagem de 23 anos pela Sul América Saúde, expandiu os negócios para contratos diretos com o mercado corporativo. Anteriormente, os serviços de cobertura eram negociados apenas com as operadoras de saúde, que por sua vez incluíam a cobertura de medicamentos como um serviço adicional nos planos que vendem às empresas. Nos últimos tempos, o desafio da BSF tem sido massificar mais os seus serviços, por meio de contratos também com associações, o que tem estimulado mais o seu crescimento, no contrafluxo do setor de saúde.
Fonte: IstoÉ Dinheiro
Comentários