Foto: Fabian Bimmer

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Micro-organismo produzido no nariz humano pode tratar infecções resistentes

Reuters 

Cientistas alemães descobriram uma bactéria do nariz que produz um potencial antibiótico que pode matar diversos patógenos perigosos, inclusive o temido Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA, na sigla em inglês).

Os primeiros estágios da pesquisa, relatada na revista “Nature”, pode levar ao desenvolvimento de uma nova classe de antibióticos para combater infecções bacterianas resistentes aos medicamentos existentes.

Ponto de partida de muitas infecções virais, a cavidade nasal é também um rico ecossistema de 50 ou mais espécies diferentes de bactérias, segundo o pesquisador Andreas Peschel, da Universidade de Tuebingen:

— (Esta é) a razão pela qual nós olhamos para essa parte do corpo, que nos levou a alguns resultados muito inesperados e emocionantes que podem ser muito úteis na procura de novos conceitos para o desenvolvimento de antibióticos.

A maioria dos antibióticos descobertos e desenvolvidos até agora têm sido isolados de outras bactérias ambientais, mas os pesquisadores disseram que esta descoberta destaca o valor do microbioma humano como uma nova fonte potencial.

O nome da nova bactéria descoberta é lugdunin, produzida pela bactéria Staphylococcus lugdunensis residentes na narina (S. lugdunensis). Em experiências com ratos, a equipe de Peschel mostrou que é capaz de tratar de forma eficaz uma infecção da pele causada pela bactéria Staphylococcus aureus (S. aureus), que podem causar infecções graves. Lugdunin também foi eficaz contra uma ampla variedade de assim chamadas bactérias Gram-positivas, como a MRSA.

Os investigadores analisaram então cotonetes com amostras retiradas do nariz de 187 pacientes hospitalizados e descobriram que em aqueles que tinham bactérias S. lugdunensis em seus narizes, apenas 5,9% também abrigavam as infecciosas S. aureus.

Em aqueles sem S. lugdunensis, no entanto, 34,7% tinham S.aureus no nariz. Isto sugere que, no nariz humano, S. lugdunensis ajuda a manter S. aureus afastada, disseram os pesquisadores.

Peschel salientou que a pesquisa está em um estágio muito precoce, e a equipe precisaria de muitos anos de trabalho, de preferência com uma empresa farmacêutica, antes de um potencial novo medicamento antibiótico poderia ser desenvolvido e testado em ensaios clínicos.

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