Bactérias intestinais podem ajudar a proteger o cérebro

Thinkstock
9849485898?profile=original

Bactéria: algumas delas podem diminuir os danos causados por um derrame

Marina Demartini, de EXAME.com

São Paulo – Pesquisadores da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, descobriram que bactérias intestinais podem proteger o cérebro de danos causados por AVCs. O estudo, que foi publicado na revista Nature, pode ajudar a ciência a entender melhor o derrame cerebral, que é a segunda principal causa de morte no mundo.


“Nossa experiência mostra uma nova relação entre o cérebro e o intestino”, disse Josef Anrather, um dos autores da pesquisa, em um comunicado da Universidade Cornell. “[O estudo] irá impactar a maneira como a comunidade médica encara e define o risco do acidente vascular cerebral”, explica.


Os resultados da pesquisa foram encontrados após os cientistas induzirem um derrame isquêmico – quando um vaso sanguíneo obstruído impede o sangue de chegar ao cérebro – em dois grupos de ratos. O primeiro, que foi tratado com antibióticos, teve danos 60% menores do que o segundo grupo, que não recebeu a medicação.



Segundo os cientistas, o ambiente microbiano do intestino influenciou as células do sistema imunológico a seguirem para a meninge, o revestimento externo do cérebro, onde elas se organizaram para diminuir o impacto do AVC. Desse modo, o derrame não atingiu os ratos com força total.


"Uma das descobertas mais surpreendentes foi a de que o sistema imunológico fez os derrames menores ao orquestrar a resposta de fora do cérebro, como um maestro que não desempenha um próprio instrumento, mas instrui os outros, criando a própria música", disse Costantino Iadecola, um dos autores do estudo.


A fase de testes clínicos em seres humanos ainda não tem data para começar. Se essa relação entre bactérias e o cérebro das pessoas se mostrar verdadeira, esse estudo poderá ajudar na criação de tratamentos direcionados para proteger pacientes com alto risco de sofrer um AVC ou aumentar a defesa dos indivíduos contra danos cerebrais a partir de novas dietas.


“Dietas são mais fáceis de seguir do que o uso de drogas”, disse Anrather. “A dieta tem o maior efeito na composição do ambiente microbiano e uma vez que espécies benéficas são identificadas, nós poderemos abordá-las com uma intervenção dietética”, finaliza.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob

Faça seu post no DikaJob