Bayer muda estratégia de negócios na região

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Valor Econômico

Por Ana Paula Machado

 

15/01/20 - A Bayer mudou a estratégia de negócios da sua divisão farmacêutica na América Latina. A companhia, conhecida pela produção de anticoncepcionais, vai focar os esforços no atendimento ao mercado institucional, que inclui governos e operadoras de saúde, com medicamentos de alta complexidade. Até 2018, esse mercado representava apenas 20% do faturamento na região o restante. Os outros 80% vinham das vendas no varejo.

A meta, segundo o presidente para a América Latina, Adib Jacob, é que em 2022 o segmento institucional represente metade do negócio. Até setembro do ano passado, a receita da empresa na região somou € 710 milhões. Em 2018, a América Latina foi responsável por um faturamento de € 1 bilhão. O Brasil representa 50% do negócio na região.

Para isso, a farmacêutica planeja lançar sete medicamentos, sendo seis de alta complexidade destinado ao mercado institucional. “Estamos otimistas com a América Latina como um todo, lógico que é uma região com um dinamismo especial. Temos planos em todos os países chaves, como México, Colômbia, Argentina e Chile, que junto com o Brasil representam 90% dos negócios da região. Entre 2020 e o começo de 2021, todos os produtos estarão lançados e comercializados”, disse Jacob.

Segundo o executivo, a expectativa de crescimento da divisão no mundo é de 4,5% a 5% em 2020, sendo que a América Latina deverá apresentar uma evolução maior, em função dessa nova estratégia de negócios. “Temos um potencial enorme de crescer. O Brasil é metade do negócio e crescendo muito ajuda a região. Mas temos perspectivas positivas no México, Argentina e Chile.”

 

Dos sete medicamentos programados para serem lançados até o primeiro trimestre deste ano, cinco já foram apresentados ao mercado brasileiro e os outros aguardam a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um deles, o Kovaltryo, remédio indicado para inibir a hemorragia em pacientes hemofílicos, foi aprovado no dia 6 de janeiro e agora a empresa aguarda a definição de preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). “Esperamos que em oito semanas este produto tenha o valor definido e assim podemos submeter o medicamento ao Ministério da Saúde para ser distribuído pelo SUS (Sistema Único de Saúde)”, ressaltou o executivo.


Jacob disse ainda que a Bayer está investindo fortemente em medicamentos oncológicos. Dos sete lançamentos neste período, três são destinados ao tratamento do câncer. “Há dez anos a empresa não era reconhecida por produzir e investir em medicamentos de alta complexidade. Migramos rapidamente os investimentos em inovação para as doenças que mais matam no mundo, que é câncer e cardiovasculares. E são inovações que trazem um avanço ao tratamento e não somente um ganho cosmético”, afirmou.


Um dos medicamentos, que é o carro-chefe da Bayer no Brasil, o Xarelto, indicado para o tratamento de doenças cardiovasculares, recebeu investimentos e agora é também indicado para proteção vascular. Ele aguarda aprovação da Anvisa para essa nova especialidade. “É o nosso maior produto, representa 30% de nossa receita. Em 2019, deve vender cerca de R$ 500 milhões e ser o medicamento mais vendido da indústria brasileira. Esperamos colocar no mercado para essa [nova] indicação até março.”

 

O Xarelto e as pílulas, segundo o executivo, devem sustentar o crescimento das vendas no varejo no Brasil e na América Latina neste ano. “Estamos migrando muito rapidamente a nossa estratégia de negócios. Porém, a expectativa é seguirmos forte nas vendas em farmácia, principalmente com o Xarelto, que deve manter o crescimento.”

 

Atualmente, a divisão farmacêutica da Bayer tem portfólio de cerca de 50 medicamentos comercializados no Brasil, incluindo a Aspirina de uso contínuo. “Temos pelo menos cinco produtos que vendem mais de R$ 100 milhões por ano, entre eles os de especialidades indicados para doenças mais complexas e os anticoncepcionais. Mas, os lançamentos devem colocar os medicamentos de alta complexidade entre os mais vendidos nos próximos anos”, afirmou Jacob.


Ele disse que a Bayer tem 50 moléculas em estudos nas fases 1 e 2 e que em 24 meses devem estar no mercado. “Pelo menos três remédios, a maioria para o tratamento de câncer, devemos trazer para o Brasil.” A Bayer tem 15 centros de pesquisa no mundo.

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