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por Gabriel Alves

Uma iniciativa 100% nacional irá buscar novas substâncias originárias da biodiversidade das plantas brasileiras com o objetivo de levar novos remédios às prateleiras das farmácias. Apesar do estágio inicial em que as pesquisas se encontram, as expectativas são altas.

O laboratório farmacêutico Aché, o Laboratório Nacional de Biociências (integrante do CNPEM, Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, que por sua vez é ligado ao MCTIC) e a empresa Phytobios, especializada na prospecção e na obtenção de extratos da natureza, se uniram na empreitada.

Um dos dois projetos prospectará um medicamento oncológico. O outro deve ter aplicações em dermatologia ou em cosméticos, ao atuar como um agente 
antienvelhecimento. O anúncio das iniciativas será feito nesta segunda (11).

O investimento na primeira fase de desenvolvimento é de R$ 10 milhões —metade do valor será pago pelo Aché. Do restante, uma parte fica a cargo da dobradinha CNPEM-Phytobios e outra da Embrapii, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial.

O gerente de desenvolvimento de drogas do LNBio, Eduardo Pagani, explica que o montante custeará os primeiros cinco anos de desenvolvimento, que essencialmente envolvem a formação da biblioteca e os testes químicos iniciais. Caso os produtos sejam lançados, os dividendos serão repartidos entre as instituições.

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SÍNTESE

Segundo o diretor de inovação do Aché, Stephani Saverio, recorrer à biodiversidade em busca de “inspiração” não é um luxo, mas uma necessidade em uma era na qual sintetizar novos compostos químicos é uma tarefa quase impossível.

“Não há muito mais opções na área da química de síntese para fazer uma molécula do zero; é uma área que já é explorada desde as décadas de 1930 e 1940.”

Por causa dessa saturação, a biodiversidade torna-se fonte de ideias. Cada espécie de planta produz uma miríade de substâncias, algumas com uma estrutura totalmente diferente daquilo que era imaginado no universo da síntese química.

Para identificar as candidatas a medicamentos, as moléculas de um extrato vegetal são postas à prova: se funcionarem como “chaves” em “fechaduras” moleculares, elas passam para a fase seguinte do desenvolvimento. É nesse ponto que se encontram atualmente as pesquisas do consórcio.

O próximo passo é tentar melhorar a molécula para conferir a ela outras propriedades, como boa taxa de absorção (no caso de via oral) e mais afinidade com sua “fechadura” —também conhecida como alvo terapêutico.

Na sequência vêm os testes em animais e, depois, em humanos. Os investimentos aumentam progressivamente, girando na casa das dezenas de milhões de reais.

Caso seja necessário obter a matéria prima na mata para a produção, o modelo adotado é o de extrativismo sustentável, explica Cristina Ropke, CEO da Phytobios.

Muitas das substâncias, que formam uma grande biblioteca, vêm de plantas que ainda nem têm nome científico —elas são identificadas e localizadas a partir de coordenadas geográficas.

Fonte: Folha de S. Paulo Online

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