Embora as empresas farmacêuticas e de biotecnologia estejam cientes das rápidas mudanças e das vantagens competitivas que o universo digital traz aos negócios, muitas delas encontram-se atrasadas no processo de transformação para essa realidade, aponta o estudo “Digital Transformation in Biopharma”, realizado pela Deloitte em parceria com o MIT Sloan Management Review.
Poucos líderes da indústria biofarmacêutica afirmam já terem feito os ajustes necessários para se adequar a esse novo momento. No entanto, a tendência é que o comprometimento com essa transformação se fortaleça, aponta a pesquisa.
“O quarto estudo anual descobriu que, enquanto muitas empresas biofarmacêuticas exploram uma variedade de oportunidades digitais – desde engajar consumidores com aplicativos até melhorar as operações com inteligência artificial –, apenas 20% dos líderes disseram que suas organizações estão amadurecendo digitalmente”, afirma Enrico De Vettori, sócio-líder para Life Science e Healthcare da Deloitte.
A pesquisa “Digital Business Global Executive Study” – da qual o estudo sobre biofarmacêuticas faz parte – foi conduzida entre setembro e dezembro de 2017, com entrevistas com líderes de 28 setores e 123 países, inclusive do Brasil. Da indústria biofarmacêutica, foram coletados dados de 68 entrevistados de empresas de tamanhos variados (de menos de US$ 1 bilhão até mais de US$ 20 bilhões).
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Desafios rumo à maturidade digital
Em termos de maturidade digital, a biofarmacêutica encontra-se no meio de sua jornada, em comparação a outras indústrias. O setor está à frente da manufatura, do seguro financeiro e de organizações governamentais, mas fica atrás das empresas de TI, entretenimento e telecomunicações.
A maioria dos líderes de biofarmacêuticas aponta que suas empresas estão no início de sua jornada digital (25%) ou desenvolvendo suas capacidades tecnológicas (55%). Grande parte das empresas ainda está em fase de desenvolvimento, mas 58% dos entrevistados afirmaram que o digital é uma prioridade da alta gerência, com 75% esperando alcançar o sucesso de suas iniciativas digitais nos próximos cinco anos.
A pesquisa mostra que desafios relacionados à falta de uma visão clara, liderança inadequada e financiamento limitado devem ser enfrentados pelo setor para que haja sucesso na transformação digital.
Mais de três quartos dos entrevistados (78%), por exemplo, disseram que suas organizações precisam encontrar novos líderes para ter sucesso na transformação digital. Nesse caso, talvez seja necessário encontrar tais lideranças fora do setor, sugere o estudo. E, para pouco mais da metade dos entrevistados (54%), a falta de recursos financeiros adequados é um fator limitante para as iniciativas digitais.
Novos negócios e metas ambiciosas
O levantamento afirma ainda que as empresas digitalmente mais maduras estão explorando novas formas de fazer negócios, mais do que as que se encontram na fase inicial dessa jornada.
“Há diversas oportunidades para as empresas biofarmacêuticas se transformarem digitalmente, envolvendo os diferentes segmentos da cadeia, como pacientes, médicos e sistemas de saúde, inovando produtos ou promovendo uma série de outras melhorias”, avalia Enrico De Vettori. “Mas isso requer uma estratégia sólida, cultura colaborativa e liderança de apoio.”
Elaborar e aplicar uma estratégia digital completa não é fácil. As empresas precisam desenvolver um DNA digital, em que as atividades digitais, as pessoas, a cultura e a estrutura da empresa estejam alinhadas com os objetivos mais amplos e ambiciosos da organização. Feita de maneira correta, a transformação digital pode permitir às empresas usar dados de forma mais eficiente para tomadas de decisão, tanto sobre como administrar os negócios atuais como para se posicionar para o futuro.
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