A biofarmacêutica Biomm está expandindo sua atuação no mercado brasileiro ao ingressar no setor de oftalmologia com o medicamento biossimilar Ranivisio, voltado para o tratamento de lesões oculares graves. A aprovação do registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ocorreu no dia 20, garantindo à empresa a comercialização exclusiva do produto no país.
O movimento da Biomm reforça sua estratégia de diversificação e crescimento em um mercado em expansão. A companhia agora busca autorização de preço junto à Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos (CMED), enquanto se posiciona para atender à crescente demanda global por medicamentos oftalmológicos, que vem registrando avanços significativos nos últimos três anos.
De acordo com estimativas do CEO da Biomm, Heraldo Marchezini, o mercado da classe terapêutica do medicamento já representa R$ 374 milhões por ano. A entrada da Biomm com o primeiro biossimilar voltado para oftalmologia no Brasil é vista como um marco na ampliação do acesso a medicamentos tecnológicos seguros e eficazes.
Ranivisio: tecnologia avançada e impacto no tratamento ocular
O ranibizumabe, princípio ativo do Ranivisio, é um fragmento de anticorpo monoclonal utilizado para tratar diversas condições graves na retina. O medicamento atua bloqueando o fator de crescimento vascular, inibindo a formação de novos vasos sanguíneos—processo chamado de angiogênese. Entre as condições tratadas estão:
- Degeneração macular neovascular relacionada à idade,
- Edema macular diabético,
- Retinopatia diabética proliferativa,
- Edema macular causado por oclusão venosa,
- Neovascularização coroidal.
A distribuição do medicamento será realizada pela Bioeq, empresa suíça responsável por licenciar e comercializar biossimilares em mercados altamente regulados, incluindo Estados Unidos e União Europeia.
Crescimento da Biomm e fortalecimento no setor biofarmacêutico
O avanço da Biomm no setor oftalmológico acompanha o crescimento da empresa no primeiro trimestre de 2025. A receita líquida atingiu R$ 39,6 milhões, representando um aumento de 3% em relação ao mesmo período de 2024.
Um dos destaques desse desempenho foi o crescimento das vendas da insulina Glargilin, produzida na unidade em Nova Lima (RMBH). O medicamento registrou uma participação de 34,9% no segmento de insulina glargina, superando o crescimento do mercado tanto no canal público quanto privado. Já a insulina Wosulin, voltada para diabetes, apresentou um crescimento expressivo de 185,8%, impulsionado pelo abastecimento da rede pública de saúde.
Apesar do crescimento na receita líquida, o lucro bruto da Biomm recuou 14%, somando R$ 7,3 milhões contra R$ 8,5 milhões registrados no primeiro trimestre de 2024. Segundo a empresa, o recuo foi causado por alterações no mix de vendas e o aumento dos custos dos produtos.
Perspectivas e expansão no setor biofarmacêutico
Para Marchezini, os resultados financeiros refletem a estratégia da empresa em fortalecer seu portfólio e consolidar sua atuação no setor de medicamentos para doenças crônicas. “Seguimos ampliando nosso alcance e fortalecendo nossa posição como um dos principais players do setor biofarmacêutico do Brasil”, destaca o executivo.
Com a entrada no setor oftalmológico e o avanço em outras áreas terapêuticas, a Biomm busca se posicionar como referência no mercado brasileiro, promovendo o acesso a medicamentos inovadores e reforçando sua presença no segmento de biossimilares.
Comentários