A farmacêutica brasileira Biomm acaba de dar um passo estratégico na indústria nacional de biotecnologia. Em acordo firmado com o Ministério da Saúde, anunciado na última segunda-feira (3), a empresa garantiu um contrato de aproximadamente R$ 131 milhões para o fornecimento de insulina glargina, um hormônio basal de longa duração utilizado no tratamento do diabetes.
O contrato representa não apenas um avanço comercial para a Biomm, mas também um marco na substituição da insulina humana NPH por versões mais modernas e seguras. Segundo a companhia, a glargina oferece maior estabilidade e previsibilidade na ação, sendo atualmente a substância basal mais utilizada em todo o mundo.
“Dadas suas características, a glargina proporciona maior segurança aos pacientes se comparada à versão humana NPH, e por essa razão é a substância basal mais utilizada globalmente”, destacou a empresa em comunicado oficial.
Parceria internacional viabiliza produção nacional
A produção da insulina glargina pela Biomm é resultado de uma colaboração internacional com a farmacêutica chinesa Gan & Lee e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Bio-Manguinhos). Essa parceria, anunciada em março deste ano, foi celebrada como um exemplo de cooperação estratégica para fortalecer a autonomia brasileira na área da saúde.
Durante a inauguração da fábrica da Biomm em Nova Lima (MG), realizada em julho, a empresa entregou mais de 200 mil unidades do medicamento ao Ministério da Saúde. A planta industrial possui capacidade para produzir até 45 milhões de doses por ano, consolidando o avanço da produção nacional e reduzindo a dependência de importações.
Nova Lima como polo de inovação farmacêutica
A instalação da fábrica em Minas Gerais reforça o papel da região como polo emergente de inovação farmacêutica. Com tecnologia de ponta e foco em biossimilares, a Biomm aposta em ampliar sua atuação no mercado público e privado, contribuindo para o acesso a medicamentos de alta qualidade e custo competitivo.
O investimento do governo federal também sinaliza uma política de incentivo à produção local de insumos estratégicos, alinhada com os objetivos do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), que busca fortalecer a soberania nacional em áreas críticas como biotecnologia e farmacêutica.
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