A empresa recebeu aprovação para produzir IFA do Infliximabe. O vice-presidente Geraldo Alckmin esteve na fábrica em Valinhos (SP)
A aprovação para a produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) do Infliximabe pela Bionovis representa um marco significativo para a indústria farmacêutica brasileira e para o desenvolvimento científico do país. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu o aval necessário para que a Bionovis, localizada em Valinhos (SP), inicie a produção deste insumo essencial utilizado no tratamento de doenças autoimunes, como psoríase, artrite reumatoide, doença de Crohn, colite e psoríase.
Este avanço foi possível graças a investimentos realizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), totalizando R$ 800 milhões aportados pela Bionovis para a estrutura fabril, capacitação e aquisição de tecnologia.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou a importância desta aprovação durante uma visita à fábrica da Bionovis. Segundo ele, trata-se de um "grande salto científico para o Brasil", uma vez que permite ao país reduzir a dependência de insumos importados, que atualmente representam 90% dos insumos farmacêuticos utilizados no Brasil, gerando um déficit estimado de R$ 20 bilhões.
A planta da Bionovis em Valinhos tem capacidade de produzir até 250 quilos de proteína de remédios biológicos por ano, o que possibilita a fabricação de até dez biofármacos de alta complexidade destinados ao tratamento de doenças autoimunes e oncológicas. Com essa estrutura, a farmacêutica está apta a suprir a demanda do mercado interno e, ao mesmo tempo, abrir novas frentes para a exportação desses produtos.
A parceria entre a Bionovis, a Janssen e a Biomanguinhos/Fiocruz viabilizou a produção do IFA do Infliximabe no Brasil. A expectativa é de que, anualmente, cerca de 260 mil frascos do medicamento sejam fornecidos, beneficiando milhares de pacientes que dependem desse tratamento.
Entre as metas estabelecidas pela NIB, destaca-se o objetivo de aumentar a produção nacional de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, além de materiais e outros insumos e tecnologia em saúde. Atualmente, o Brasil produz 45% das suas necessidades nesses segmentos, mas a meta é atingir 50% até 2026 e 70% até 2033. Para isso, a NIB está em sua segunda fase, com investimentos previstos de R$ 59,2 bilhões até o próximo ano.
A produção nacional do IFA do Infliximabe pela Bionovis é um exemplo concreto de como parcerias público-privadas e políticas públicas podem impulsionar a inovação e o desenvolvimento científico no Brasil. Reduzir a dependência de insumos importados e fortalecer a indústria farmacêutica nacional são passos essenciais para garantir a soberania e a segurança sanitária do país.
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