Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante a coletiva de imprensa sobre à infecção pelo novo coronavírus. Brasília, 15 de abril de 2020.
Da CNN, em São Paulo
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comunicou nesta quinta-feira (16) a Luiz Henrique Mandetta (DEM) a sua demissão do cargo de ministro da Saúde, em meio a crise decorrente da pandemia do novo coronavírus. Ele será substituído pelo oncologista Nelson Teich.
Mandetta confirmou em sua conta no Twitter que foi demitido, após uma breve reunião com o presidente. "Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde", disse o ex-ministro. "Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar."
Nas últimas semanas, o presidente e o ministro divergiram sobre as medidas no combate à crise. Bolsonaro discorda da política de isolamento defendida por Mandetta, pede que a quarentena seja cumprida apenas por grupos de risco e prega o uso da hidroxicloroquina no tratamento à doença.
O ministro é cético em relação ao medicamento, cuja eficácia ainda não foi cientificamente comprovada e teme a incidência de possíveis efeitos colaterais.
Mandetta disse mais cedo que esperava ser demitido entre hoje e amanhã. Ele perdeu força no cargo nos últimos dias, depois de ter criticado o presidente em uma entrevista à TV Globo no domingo. Na semana passada, após pressão de ministros militares, Bolsonaro manteve o ministro no cargo. A entrevista, no entanto, alterou esse cenário.
O novo ministro
Foto: Reprodução/Youtube
Entre os cotados para o próximo Ministro da Saúde, está o oncologista Nelson Teich.
Bolsonaro também teria gostado do fato de Teich ter apoio da classe médica. O presidente da Associação Médica Brasileira, Lincoln Lopes Ferreira, acompanhou a visita, além dos ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência) e Flavio Rocha (Secretaria de Assuntos Especiais). O secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten, também é um dos entusiastas da nomeação de Teich.
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