Toxina Botulínica é o procedimento estético mais realizado no mundo e pode causar problemas graves de saúde
Do R7
A aplicação de toxina botulínica é o procedimento estético não-cirúrgico mais realizado no mundo com quase 5 milhões de procedimentos, segundo levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS).
O que muita gente não sabe é que a aplicação do botox – como é popularmente conhecida a toxina – pode causar sérios problemas de saúde, como o botulismo, doença que paralisa os músculos e pode levar a morte.
Pesquisa realizada pela Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, encontrou evidências de que a aplicação da toxina pode provocar sintomas parecidos com os do botulismo.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">Em testes realizados com cobaias, os cientistas descobriram que a substância pode se movimentar do local da aplicação para outras áreas do corpo, como por exemplo o cérebro.
Para o neurologista Henrique Ballalai, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), é possível que o botulismo ocorra a depender da quantidade aplicada. “Esse risco aumenta quando usam doses a mais do que é permitido, por exemplo, para a idade ou tamanho da pessoa”. E completa: “quando ultrapassam essas doses há o risco de produzir sintomas semelhantes ao do botulismo”.
Embora seja pequena a chance de contrair o botulismo por meio da aplicação de botox, o médico alerta que há outros problemas com maior incidência. Normalmente, a substância é aplicada na face ou no pescoço. Por isso, podem surgir complicações como dificuldades na degustação, queda de pálpebra (e consequentemente a visão é afetada). “São efeitos colaterais que são possíveis”, afirma.
O Brasil é o segundo país no ranking das aplicações de botox com cerca de 472 mil procedimentos com toxina botulínica em 2016, segundo o mais recente levantamento do ISAPS que foi feito com base em dados fornecidos por 35 mil médicos cirurgiões-plásticos ao redor do mundo.
Origem
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), seis empresas possuem a autorização do órgão para a comercialização da Toxina Botulínica no Brasil: Botox (Allergan), Botulift (Laboratório Químico Farmacêutico Bergamo), Botulim (Blau Farmacêutica), Dysport (Beaufour Ipsen Farmacêutica), Prosigne (Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos) e o Xeomin (Biolab Sanus Farmacêutica).
No mercado oficial o preço de cada ampola da Toxina Botulínica pode variar entre R$ 1.000 e R$ 4 mil, dependendo da marca e volume do frasco. Segundo a Anvisa, a venda destes produtos só pode ser feita sob prescrição médica.
O alto valor da Toxina Botulínica também atrai a atenção do mercado paralelo, onde pode-se encontrar frascos por preços bem mais baratos e sem garantia de procedência, como nos casos de produtos contrabandeados de outros países.
No ano passado, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) prendeu em Dourados, no Mato Grosso do Sul, um comerciante que transportava 565 frascos de “Neuronox” – uma marca de toxina botulínica – que havia comprado no Paraguai e pretendia vender em São Paulo.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486"> ProfissionaisSegundo as normas da Anvisa, a aplicação do botox deve ser realizada por profissionais da área de saúde. Mas não há uma definição clara no Brasil sobre qual especialidade médica pode aplicar a toxina botulínica.
A Anvisa não disse quais profissionais específicos da área da saúdem podem realizar o procedimento. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) trava uma batalha jurídica contra dentistas e biomédicos que também querem o direito de aplicar a toxina botulínica para fins estéticos. Na visão da SBCP, uso da substância e do ácido hialurônico é de exclusividade dos médicos.
Desde dezembro de 2017, os Dentistas estão proibidos por ordem judicial de aplicar Botox nos pacientes. A SBCP também venceu processo contra os biomédicos que recorreram e aguardam o julgamento da ação que está previsto para maio deste ano.
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