Empresa registrou prejuízo de R$ 1,08 bilhão no 3º trimestre de 2017, sete vezes superior ao mesmo período do ano passado
Brasil Pharma busca novos investidores, venda de ativos, novas fontes de financiamento com bancos e renegociação com fornecedores para retomar as vendas e o capital de giro, disse nesta sexta-feira (17) o presidente, Paulo Remy Gillet Neto, em teleconferência com analistas e investidores - que durou poucos minutos e não gerou perguntas.
“Para retomar o capital de giro e as vendas, a empresa busca obter novos créditos com financiamento bancário, renegociação com fornecedores, interessados em investir ou venda de ativos”, disse o executivo, que mencionou a confiança no sucesso das operações, devido à "qualidade" dos pontos comerciais, marcas e franqueados.
A empresa registrou prejuízo de R$ 1,08 bilhão no terceiro trimestre de 2017, sete vezes superior ao mesmo período do ano passado. A redução nas vendas, com desabastecimento, e baixas de ativos intangíveis das bandeiras Santana e Big Ben, no valor de R$ 815 milhões, justificam as perdas no período, bem como o patrimônio líquido negativo de R$ 1,15 bilhão.
Na mensagem da administração que acompanha o balanço divulgado na noite de terça-feira (14), a Brasil Pharma inhforma que, ao longo do terceiro trimestre de 2017, ocorreu piora dos níveis de capital de giro e perda do crédito junto aos fornecedores. Assim, houve uma queda substancial no abastecimento, no estoque e, consequentemente, nas vendas.
No terceiro trimestre de 2017, a receita líquida de vendas e serviços atingiu R$ 134 milhões, uma baixa de 62% ante o mesmo período do ano passado.
O indicador de vendas mesmas lojas ficou negativo em 53,1%, ante 43,8% de julho a setembro do ano passado. Na mesma base de comparação, o tíquete médio caiu 8,6%, para R$ 28,61.
As despesas com vendas, gerais e administrativas subiram 6,2% do terceiro trimestre de 2016 para 2017, para R$ 201,2 milhões.
Os gastos com vendas caíram 37% no período, para R$ 91,2 milhões, diante do fechamento de lojas e demissões de funcionários. Já as despesas gerais e administrativas cresceram 146%, para R$ 110 milhões.
Durante a teleconferência,o presidente da Brasil Pharma destacou como positivo no trimestrea implementação de melhorias operacionais, como integração das lojas próprias para a mesma plataforma tecnológica, a revisão do plano de vendas, o ajuste das operações com redução do número de funcionários e da estrutura administrativa.
Por volta das 14h (17/11), as ações da farmacêutica Brasil Pharma subiam 7,73%.
style="display:block" data-ad-format="autorelaxed" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="7514086806">Saída do Novo Mercado
Na véspera, a acionista controladora da BR Pharma, a Stigma II, divulgou a intenção de deixar o Novo Mercado. Para isso, a empresa fará uma oferta pública de aquisição pela totalidade das ações (OPA).
A BR Pharma destacou, no entanto, que a controladora não tem intenção de cancelar o seu registro de companhia aberta na categoria ‘A’ junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo a farmacêutica, a Stigma II quer retirá-la do Novo Mercado porque não foi possível para a companhia atingir o patamar de ações em circulação almejado, apesar de seus intensos esforços.
“A decisão da acionista controladora decorre da inviabilidade, especialmente relacionada à atual situação econômica da companhia e às condições de mercado, de recomposição do percentual mínimo de ações em circulação até a presente data”, afirmou a BR Pharma, em comunicado.
De acordo com a BR Pharma, a intenção de sua controladora se insere no contexto de reestruturação societária e econômica vivenciado pela empresa nos últimos meses, que tem sido marcado por inúmeros aprimoramentos em sua gestão e na contínua busca de alternativas de readequação do capital de giro, que incluíram o estudo de novas formas de captação, seja por meio de seus relacionamentos bancários e/ou com fornecedores ou por meio de potenciais investidas de terceiros em seus ativos.
No mesmo comunicado, a BR Pharma informou que recentemente foi procurada, de forma preliminar e não vinculante, por terceiros potencialmente interessados na aquisição de seus ativos, mas que ainda não há qualquer contrato ou acordo assinado para venda. Dessa forma, pondera, “não poderá garantir se tais oportunidades de negócios se concretizarão, e em que condições e prazos”.
A companhia disse ainda que irá adotar todas as providências para a realização da OPA e saída do Novo Mercado, convocando uma assembleia geral extraordinária para escolher a instituição responsável pelo laudo de avaliação das ações a serem vendidas. Posteriormente, em outra reunião, os acionistas irão deliberar sobre a tema.
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