Brasil quer ser o maior em vendas da Eli Lilly na AL

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Karla Alcázar, presidente: Meta é superar desempenho do México em 2019

No fim do ano passado, a Eli Lilly surpreendeu ao anunciar o fechamento de sua única fábrica no Brasil, inaugurada em 1953. Em até três anos, a farmacêutica americana vai gradualmente cessar a produção local de medicamentos sólidos, incluindo o Cialis (para disfunção erétil), e concentrá-la em Porto Rico. Mas o encerramento da atividade fabril no bairro do Morumbi, na capital paulista, não significa o encolhimento dos negócios no mercado brasileiro. Há um ano no comando da Eli Lilly do Brasil, a executiva Karla Alcázar chegou com a missão de acelerar o crescimento da operação, cujas vendas no ano passado totalizaram US$ 200 milhões, segundo dados da consultoria IQVIA.

“Estamos acelerando os lançamentos e queremos tornar o Brasil o primeiro país em vendas na América Latina ainda em 2019”, contou a executiva. Hoje, a operação do México ainda é a maior da Eli Lilly na região, que responde por cerca de 10% das vendas globais. Em 2018, as receitas da farmacêutica somaram US$ 24,6 bilhões, com alta de 7%. No Brasil, contou Karla, as vendas líquidas saltaram 17% e a meta é mostrar que esse crescimento é sustentado. Para 2019, a expectativa é de crescimento de dois dígitos, melhor do que o desempenho do mercado farmacêutico, cuja expansão deve ficar abaixo de 10%.

Com 34 anos e a primeira mulher a comandar a farmacêutica no Brasil, a executiva construiu uma carreira de 13 anos na própria Lilly, com passagem pela sede em Indianápolis (EUA). Antes de se transferir para o país, Karla respondia pela diretoria de Marketing para a América Latina a partir do México, país onde nasceu. No Brasil, se o objetivo é lançar mais daqui para a frente, faz sentido que se construa uma fortaleza em marketing, raciocina a executiva, com um discurso objetivo e eloquente que marcou a entrevista concedida na semana passada.
Hoje, a maior parte dos 15 produtos disponíveis no país já é importada. Com a transferência da produção para Porto Rico, 100% dos medicamentos vendidos localmente será produzida em outros países. Segundo Karla, a operação brasileira vive um de seus melhores momentos e a decisão de encerrar a produção local foi tomada diante da nova estratégia global da farmacêutica – produtos cujas vendas em volume devem ser menores daqui para a frente foram remanejados para fábricas menores. O destino da área dedicada à produção no Morumbi ainda não foi definido, mas ela deve ser aproveitada pela farmacêutica para outra finalidade. “Queremos aproveitar o espaço da melhora maneira. É a nossa casa”, comentou. A mudança afetará 100 funcionários.

A decisão de encerrar a produção no país não foi isolada. A farmacêutica deslocará a produção de medicamentos orais em uma fábrica na Espanha também para Porto Rico – no país europeu, serão mantidas as atividades de embalagem. Ao mesmo tempo, a multinacional decidiu centrar forças em inovação e, para reduzir o prazo em geral longo do desenvolvimento de novos produtos, partiu para aquisições. Em janeiro, anunciou a maior compra de sua história: a Loxo Oncology, por US$ 8 bilhões. A biofarmacêutica atua em oncologia, área terapêutica que está no topo das prioridades da Lilly, além de diabetes, onde construiu sua história, e imunologia.

Para 2019, no Brasil, estão previstos quatro lançamentos: Olumiant (artrite reumatoide), Verzenios (câncer de mama metastático), Emgality (enxaqueca) e Glyxambi (diabetes). E a tendência é que esse número cresça até 2023, considerando-se o tamanho do pipeline atual. Hoje, são mais de 50 moléculas em fases 1,2 ou 3 de estudos clínicos, um cenário bastante diferente daquele visto em meados da década passada, quando a Lilly chegou a ficar sem lançar produtos por determinado período.

Especificamente no país, os prazos relativamente mais longos dos processos em órgãos reguladores, em especial de registro de produtos, não têm jogado contra os planos da indústria. Conforme Karla, que está também há um ano no Brasil, a experiência com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem sido “ótima”.

Fonte: Valor Online

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