Butantan tem doses suficientes de CoronaVac para faixa infantil

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O Globo - by Mariana Rosário


25/01/22 - Aprovada para imunização de crianças acima de 6 anos, a CoronaVac — trazida ao Brasil pelo Instituto Butantan — não terá uma nova linha de produção no país por enquanto. Em entrevista ao GLOBO, o diretor do Butantan, Dimas Covas, explicou que as doses disponíveis em estoque são suficientes para liquidar a necessidade atual de aplicações para os menores de 12 anos.

Até quinta-feira, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval à vacina para crianças, o instituto contava com 15 milhões de doses armazenadas. Desse total, 8 milhões serão destinadas ao estado de São Paulo. Outros 7 milhões devem ser encaminhadas ao Ministério da Saúde, diz Covas.

— Neste momento existe a promessa pública do ministério de dar segmento à aquisição de 7 milhões de doses. Para dar início a uma nova rodada de produção, ter íamos que ter (novos) pedidos. A capacidade de produção do Butantan é 1 milhão de doses por lote. Não começamos produções pequenas. de 100 mil, 200 mil doses —afirma Covas.

O diretor do Butantan explica que se a demanda total for de até 15 milhões de doses é mais vantajoso trazer as vacinas prontas da China. Por enquanto, portanto, a linha de produção de envase da CoronaVac no Butantan seguirá parada. A última vez que houve finalização da vacina no país foi em meados de setembro de 2021.

Se o ministério pedir mais doses será possível reativar a produção. Por enquanto, o Butantan ainda não produz o IFA da CoronaVac. Essa produção foi anunciada tão logo houve o acordo entre a Sinovac e o Butantan para a produção do imunizante, ainda em 2020.

FÁBRICA PRÓPRIA

A ideia era que a CoronaVac contasse com uma fábrica própria no Butantan. O projeto, porém, está atrasado e de verá estar apto para liberação a partir do segundo semestre. A nova fábrica será multiplataforma, podendo produzir também outras vacinas, sem incluir a CoronaVac.

A aprovação da CoronaVac ameniza, mas não liquida, o cenário de incerteza pelo qual o imunizante passa. Responsável por iniciar a vacinação no país e representante de 25% das doses aplicadas, a CoronaVac tem futuro difícil de prever.

A venda internacional, por exemplo, não decolou. Os países vizinhos que têm baixa cobertura vacinai não podem arcar com o preço das doses ou com a tarifa de frete. Doar, diz Covas, é algo “difícil" no momento. O dirigente explica há tratativas, inclusive com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em andamento, mas nenhum acordo foi concretizado.

Além disso, o Ministério da Saúde não incluiu a CoronaVac nas compras para vacinação de adultos de 2022, sob justificativa de que o imunizante conta somente com autorização emergencial da Anvisa e não a liberação completa. A pasta também não indica o uso desse imunizante para as doses de reforço.

—O ministro uma hora fala que não vai adquirir a vacina. Quando sai a aprovação para crianças diz que irá adquirir. E uma incerteza muito grande em termos de política de vacinação. Não temos uma diretriz, não é previsível —afirma Covas.

Ele espera que a atual aprovação para crianças faça o Ministério da Saúde voltar à incluir a CoronaVac ao quadro brasileiro de vacinação

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