O Estado de S.Paulo
Jornalista: Lígia Formenti
01/11/19 - Campanha do Ministério da Saúde sobre infecções sexualmente transmissíveis aposta no medo para garantir o uso de preservativos. A iniciativa será composta por filmes que demonstram reações das pessoas ao ver fotos de sintomas de algumas das infecções. Orçada em R$ 15 milhões, será veiculada entre hoje e 15 de dezembro.
Questionado pelo Estado se a campanha não poderia aumentar o estigma em relação às infecções, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi taxativo: “Não. Ela pode aumentar o medo de a pessoa pegar a doença.” Mas não é o que pensam médicos e integrantes de grupos que trabalham na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis. “É um desastre”, diz o infectologista da Universidade de São Paulo (USP) Rico Vasconcelos. “Preferem apostar no medo e na culpa.”
O formato da campanha também foi criticado pelo vice-presidente da Associação Interdisciplinar de Aids, Veriano Terto. “Ao investir no medo, no nojo, o resultado mais simples é de que pessoas se afastem de informações relacionadas à doença e à prevenção”, afirmou.
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