Camundongo transparente pode ajudar em pesquisas de remédios

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(Imagem: Ali Ertürk/Nature Biotechnology)

 

Cientistas desenvolveram um novo método de escaneamento de tecidos que envolve tornar camundongos “transparentes” para melhorar a detecção de tumores. Segundo um estudo publicado na revista científica Nature em 10 de junho, a técnica inovadora poderia contribuir para pesquisas de medicamentos contra o câncer.

Em 2019, Ali Ertürk, professor do centro Helmholtz Munich, criou uma técnica que permitia tornar cobaias mortas “transparentes” para os aparelhos de escaneamento. Agora, sua equipe usou compostos para contrastar tecidos específicos em camundongos, de modo que possam ser escaneados e estudados com melhor nível de detalhes.

A principal vantagem da nova técnica é a possibilidade de detectar tumores pequenos demais para serem observados pelos métodos convencionais. Como os tratamentos para o câncer são frequentemente testados em camundongos, os cientistas acreditam que o novo método de escaneamento pode revolucionar os experimentos.

“A ressonância magnética e o PET [tomografia por emissão de pósitrons] mostrariam apenas tumores grandes”, explica o professor Ali Ertürk. “Os nossos testes mostram tumores em uma única célula, o que eles absolutamente não conseguem.”

Ertürk explica que os medicamentos atuais prolongam a vida de pacientes em alguns anos, mas existe risco de reaparecimento do câncer, uma vez que o tratamento pode não eliminar tumores minúsculos que não são visíveis pelos exames atuais.

 

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(Imagem: Reprodução)

 

O novo método é feito apenas em cobaias mortas. Substâncias são aplicadas para eliminar gordura e pigmentos do corpo do roedor para torná-lo quase transparente, fornecendo uma imagem detalhada do progresso da doença ao longo de um tratamento. Para evidenciar os tecidos, é aplicado um tipo específico de anticorpo na área de interesse.

Com a inovação, os pesquisadores podem analisar melhor os efeitos dos medicamentos. Além disso, é possível criar renderizações tridimensionais que podem ser armazenadas para estudos posteriores, permitindo que os cientistas tenham acesso a um banco de dados extensivo e reduzindo a necessidade de utilizar mais cobaias vivas em experimentos.

Através do exame mais compreensivo, a comunidade médica pode dar seguimento aos testes que buscam curar diferentes formas da doença. Em nota relacionada, cientistas estão trabalhando em novas terapias para o câncer de ovário, que acomete mais de 6.000 mulheres todos os anos, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

 

Fonte: Revista Científica Nature 

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