Canal farma segue em alta no 1º tri, mas abaixo da meta
Os três primeiros meses do ano mostraram um aumento dos lucros e nas vendas do varejo e indústria farmacêutica, mas ainda assim abaixo da meta estimada pelas empresas. A Hypera Pharma registrou lucro líquido de R$ 321,2 milhões no primeiro trimestre de 2019, crescimento de 7,1% em comparação com o resultado obtido no mesmo período do ano passado. A receita líquida somou R$ 383,6 milhões, uma queda de 58,7%, em função da otimização de capital de giro, que resultou na redução das vendas em produtos de prescrição e consumer health.
Apesar do resultado, os acionistas da empresa aprovaram, no fim de abril, um vigoroso projeto de expansão ao anunciar investimentos de R$ 570 milhões em 2019. Pouco mais de 30% do aporte total – R$ 175 milhões – será aplicado em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e produtos de HPC. Outros R$ 375 milhões serão revertidos para a modernização das operações e R$ 20 milhões estão reservados para atualização dos sistemas e processos de TI.
Já a Pfizer apresentou lucro líquido de US$ 3,884 bilhões, com alta de 9% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O crescimento da receita foi de 2% na comparação anual, ficando em US$ 13,118 bilhões nos três primeiros meses do ano.
Genéricos como alavanca de crescimento
Os medicamentos genéricos ocuparam o posto de motor de crescimento da indústria farmacêutica no país, registrando a maior expansão em venda de unidades no primeiro trimestre deste ano. O crescimento foi de 9,28% nas vendas em unidades frente a igual período do ano anterior.
No total, foram comercializadas 356,7 milhões de unidades de genéricos no país contra 326,4 milhões de unidades no primeiro trimestre de 2018, segundo dados levantados pela consultoria IQVIA a pedido da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos). O crescimento dos genéricos foi quatro pontos percentuais maior que o verificado pelo mercado farmacêutico total, que fechou o primeiro trimestre com 5,28% de crescimento, registrando 1,038 trilhão de unidades comercializadas.
Varejo desafiador
A RD – Gente, Saúde e Bem-Estar (proprietárias das redes Droga Raia e Drogasil), encerrou o primeiro trimestre com uma receita bruta consolidada de R$ 4.153,9 milhões, um incremento de 15,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido totalizou R$ 105,5 milhões no trimestre, uma redução de 13% sobre o mesmo período de 2018. A empresa atingiu uma margem líquida de 2,5%, uma contração de 0,9% sobre o primeiro trimestre de 2018.
Os custos com vendas totalizaram R$ 795,1 milhões, equivalentes a 19,1% da receita bruta, resultado de despesas pré-operacionais relativas ao novo CD que será aberto em Guarulhos na segunda metade de 2019 e também despesas incrementais de frete com a operação no Pará.
Distribuição em alta
No primeiro bimestre deste ano, segundo a Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), entidade que reúne 138 empresas distribuidoras de medicamentos e produtos de higiene pessoal e cosméticos, houve crescimento de 10,3% nas vendas de medicamentos e não medicamentos (HPC) em comparação com o mesmo período de 2018. As vendas chegaram a R$ 883 milhões, contra R$ 801 milhões do ano passado. Em unidades, o aumento foi de 6,5%, totalizando 160 milhões contra 151 milhões de 2018.
Comentários