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O acesso a medicamentos inovadores e eficazes é um desafio global, especialmente quando se trata de tratamentos de alto custo. No Brasil, a situação não é diferente, e recentemente, o medicamento Mounjaro tornou-se um exemplo emblemático dessa questão. Aprovado pela Anvisa em setembro de 2023 para o tratamento de diabetes tipo 2, o Mounjaro também tem sido amplamente utilizado para a perda de peso devido à sua capacidade de proporcionar uma sensação prolongada de saciedade.
No entanto, o alto custo do medicamento no mercado internacional – cerca de 1.200 dólares, o equivalente a aproximadamente R$ 6.200 – torna-o inacessível para a maioria da população brasileira. Isso levou algumas celebridades a recorrerem a métodos alternativos para obter o medicamento, como a importação informal através de conhecidos que viajam para os Estados Unidos, onde o Mounjaro já está disponível. Informou o site Terra.
Essa prática destaca não apenas as disparidades econômicas na saúde, mas também a complexidade do processo de importação formal de medicamentos no Brasil. Para realizar uma importação formal, é necessário apresentar uma série de documentos, incluindo um relatório médico detalhado e uma receita médica, o que pode ser um processo burocrático e demorado.
Além disso, a questão do uso do Mounjaro por celebridades brasileiras levanta debates sobre a honestidade na divulgação de métodos de emagrecimento. Enquanto algumas figuras públicas, como Jojo Todynho, admitiram abertamente o uso do medicamento como parte de seu processo de perda de peso, a maioria opta por atribuir sua transformação a dietas e exercícios físicos, omitindo o uso de auxílios farmacológicos.
Internacionalmente, personalidades como Oprah Winfrey, Kelly Osbourne e Elon Musk também falaram sobre o uso de medicamentos para emagrecimento, evidenciando uma tendência global de busca por soluções rápidas para perda de peso. A atriz Whoopi Goldberg, por exemplo, relatou ter perdido uma quantidade significativa de peso com o uso do Mounjaro, após indicação médica devido a problemas de saúde relacionados ao seu peso anterior.
Este cenário reflete uma mudança cultural em relação aos padrões de beleza e saúde, onde o movimento 'body positive', que promove a aceitação do corpo e a liberdade dos padrões estéticos rígidos, parece estar perdendo força diante da pressão por resultados imediatos.
O caso do Mounjaro no Brasil é um lembrete da importância de políticas de saúde que garantam o acesso equitativo a tratamentos médicos, independentemente da condição econômica dos pacientes. Enquanto isso, a discussão sobre a ética na divulgação de métodos de emagrecimento por figuras públicas permanece relevante, destacando a necessidade de transparência e responsabilidade na influência que exercem sobre o público.
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