Após nova empresa gestora ser definida, CBA terá independência de outros órgãos para gerir os recursos federais existentes e captar novas fontes de verbas
A coordenação local do Centro de Biotecnologia da Amazônia observa com cautela o lançamento do edital, essa semana, do governo federal que convoca empresas interessadas em gerir as atividades administrativas do CBA que passará a ter personalidade jurídica por meio de uma Organização Social (OS).
Para participar, as entidades interessadas devem ter suas atividades voltadas à pesquisa científica e à inovação, considerando o aproveitamento da biodiversidade amazônica. O governo federal repassará, anualmente, por meio do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), R$ 11,5 milhões para a gestão do centro e a promoção das atividades fim.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">Atualmente, o CBA funciona como braço da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), com subordinação direta ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), responsável por pagar as contas do instituto. Na prática, a partir da implantação da empresa administradora, o CBA assume sua independência desses órgãos passando a ter a responsabilidade de gerir os recursos federais vindos do Mdic e outros que poderão ser captados.
E, embora seja um pleito reivindicado a tempos pela comunidade científica do Amazonas, o atual coordenador do centro, José Luiz Zanirato, vê, de um lado as garantias de independência do instituto, e por outro lado reserva as preocupações sobre as intenções da empresa que vai assumir o CBA. “Não sou contra, mas existe o risco de se criar um modelo onde a pesquisa será feita para fora e não internamente. E como ficam as instituições de pesquisa do Estado, como Ufam, Inpa e Embrapa?”, questiona o pesquisador.
Vão ficar de fora
Para não correr o risco de colocar o órgão em “mãos erradas”, o professor vê como necessário que as instituições da região devam fazer pressão junto a Suframa, Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (Capda) e Academia Brasileira de Ciências para redefinir os critérios do edital com base nos interesses e conhecimentos tradicionais da região. “Agora, na alvorada de uma nova era, esses parceiros de mais de 15 anos, podem vir a ficar de fora da ‘festa’, pois o edital não prioriza instituições da região”, pondera Zanirato.
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