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por Valor Economico

O CEO da General Eletric para a América Latina, Daurio Speranzini Junior, foi preso na Operação Ressonância, deflagrada na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal. O executivo era vice-presidente sênior da Philips Healthcare na época dos fatos investigados.

A operação, nova fase da Operação Fatura Exposta, investiga 37 empresas e os crimes de formação de cartel, corrupção, fraude em licitações, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As informações são da Polícia Federal (PF), que realiza nesta quarta-feira ação em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) no Rio e em São Paulo. 

A Justiça do Rio decretou bloqueio no valor de R$ 1,2 bilhão de investigados no âmbito da operação de hoje. De acordo com informações do Ministério Público Federal (MPF) do Rio, a 7ª Vara Federal Criminal teria autorizado prisão preventiva de 13 pessoas e a temporária de nove, além da busca e apreensão em 44 endereços bem como o bloqueio de bens.


O MPF detalhou que a ação desta quarta-feira ocorre por meio de parceria entre o MPF e a Polícia Federal (PF), em conjunto com o Conselho de Defesa Administrativa (Cade), o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU), e a Receita Federal. 


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A operação de hoje tem como objetivo aprofundar investigações da Fatura Exposta, um desdobramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro realizada em abril de 2017, com o objetivo desarticular organização criminosa voltada à formação de cartel e à fraude em licitações para o fornecimento de equipamentos médicos e materiais hospitalares, para a Secretariade Saúde do Estado do Rio de Janeiro; e para o Instituto Nacional de Traumatologia (Into).

Os empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita, presos na primeira fase e soltos meses depois pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, também estão entre os alvos dos mandados de prisão preventiva, além do gerente de produto da Philips, Frederik Knudsen.


De acordo com o MPF, investigações apontaram a existência de um cartel de fornecedores que atuou entre os anos de 1996 e 2017 no Into. A empresa Oscar Iskin, do empresário Miguel Iskin, era a líder do cartel formado por pelo menos 33 empresas, algumas delas atuando como "laranjas" (empresa de fachada) das demais.

O MPF detalhou que o núcleo operacional da organização criminosa era formado por funcionários de confiança da empresa Oscar Iskin, responsáveis por fazer ligação entre o setor público e os empresários cartelizados para direcionar as demandas públicas e as contratações - mediante desclassificação ilícita de concorrentes que não faziam parte do cartel.


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O esquema de corrupção no Into permaneceu mesmo após as mudanças nos cargos de direção, envolvendo o atual diretor-geral do Into, André Loyelo, e o coordenador de administração geral, Luís Carlos Moreno, os quais continuaram os ajustes com empresas contratantes, incluindo algumas integrantes do cartel, detalhou o MPF.

Para o recebimento dos valores, Miguel Iskin teria montado rede de lavagem de dinheiro, utilizando-se de offshores em diversos países e empresas no Brasil. A estratégia gerou uma um "grande caixa de propina" administrada por Miguel Iskin, informou o MPF.

Na primeira etapa da Fatura Exposta, em 2017, foram presos Iskin, Côrtes e Estellita. A operação investigava fraudes em licitações para o fornecimento de próteses para o Into. Cálculos da Polícia e do MPF apontavam desvios de cerca de R$ 300 milhões entre 2016 e 2017.

As investigações apontaram que Côrtes teria favorecido empresa fornecedora de próteses de Oscar Iskin, da qual Miguel é sócio, em licitações. Estellita seria sócio de Miguel em outras empresas, já tendo sido gerente comercial da Oscar Iskin.


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GE

A GE esclareceu que não é alvo das investigações apesar da prisão do CEO. Speranzini foi preso pela PF por volta do meio dia desta terça-feira em São Paulo.

"A respeito da operação da Polícia Federal conduzida na manhã de hoje, que resultou na prisão temporária de Daurio Speranzini Jr., esclarecemos que as alegações são referentes ao período em que o executivo atuou na liderança de outra empresa", disse a GE, em nota.

A GE disse ainda que acredita que os fatos "serão esclarecidos pela Justiça" e se disponibilizou a colaborar com as autoridades.

Speranzini assumiu a presidência da GE na América Latina em novembro do ano passado. Antes disso, ele ocupava o cargo Líder Global de Vendas de Serviços da GE Healthcare.

Philips

A Philips informou em nota que os atuais líderes executivos da companhia não são parte da ação da Polícia Federal deflagrada hoje. A empresa é um dos alvos da Operação Ressonância.

A empresa afirmou que ainda não teve acesso ao processo e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos quanto às alegações apresentadas, "que datam de muitos anos atrás".

"Os atuais líderes executivos da Philips não são parte da ação da Polícia Federal; um colaborador da equipe de vendas da Philips foi conduzido para prestar esclarecimentos", informa a nota da empresa.

A Philips também afirma que tem como política realizar negócios de acordo com todas as leis. "Quaisquer investigações sobre possíveis violações dessas leis são tratadas muito seriamente pela empresa", completa o comunicado.

Oscar Skin

A distribuidora de material médico-hospitalar Oscar Iskin negou em nota o envolvimento de "qualquer um de seus representantes em práticas ilícitas". 

Na nota, a Oscar Iskin também afirma que sua trajetória foi "baseada no compromisso com a qualidade e com a ética" e que segue à disposição das autoridades para "prestar informações necessárias ao esclarecimento dos fatos.


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