A descoberta envolve os astrócitos, células "auxiliares" do cérebro, aqui vistas no cérebro de um camundongo. [Imagem: Rothstein Lab]
Consertando o cérebro
Trabalhando com camundongos e tecidos humanos, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (EUA) encontraram novas evidências de que uma proteína liberada por algumas - mas não por todas - populações de células "auxiliares" no cérebro, chamadas astrócitos, desempenha um papel específico na formação das conexões entre neurônios necessárias para que possamos aprender e formar novas memórias.
Utilizando camundongos geneticamente modificados e criados com menos conexões, os pesquisadores demonstraram que, quando essa proteína está ausente ou deficitária, é possível fornecer proteínas corretivas por meio de nanopartículas, que então fazem os "reparos" nas vias neurais que vão se tornando defeituosas ao longo do tempo.
Como essas redes conectivas são perdidas ou danificadas por doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, e por determindos tipos de deficiência intelectual, como a doença de Norrie, os pesquisadores afirmam que suas descobertas são um avanço importante nos esforços para regenerar e reparar as redes neurais e, potencialmente, restaurar a função cerebral normal.
Astrócitos
No cérebro, os astrócitos são as células de suporte que atuam como guias para direcionar novas células, promover a sinalização química e limpar os subprodutos do metabolismo das células cerebrais.
"Estamos olhando para a biologia fundamental de como os astrócitos funcionam, mas talvez tenhamos descoberto um novo alvo para um dia intervir em doenças neurodegenerativas com novas terapias.
"Embora os astrócitos pareçam todos semelhantes no cérebro, tivemos um pressentimento de que eles poderiam ter papéis especializados no cérebro devido a diferenças regionais na função do cérebro e por causa das mudanças observadas em certas doenças.
"A esperança é que aprender a tirar proveito das diferenças individuais nessas distintas populações de astrócitos possa nos permitir direcionar o desenvolvimento do cérebro ou mesmo reverter os efeitos de certas condições cerebrais, e nossos estudos atuais avançaram essa esperança," disse o professor Jeffrey Rothstein, líder da equipe, que publicou seus resultados na revista Nature Neuroscience.
Fonte Diário da Saúde
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