Um funcionário trabalha em uma instalação de produção da Harbin Pharmaceutical Group Holding Co Ltd em Harbin, capital da província de Heilongjiang, em 2 de março. [Foto/Xinhua]
A indústria farmacêutica chinesa está crescendo a um ritmo impressionante, o faturamento estimado do setor neste ano de 2023 deverá chegar a 1,8 trilhão de yuan ou, convertendo para reais, R$ 1,25 trilhão. Isso representa um aumento de mais de cinco vezes em relação ao ano passado, quando as fabricantes de medicamentos da China registraram 359,6 bilhões de yuans (R$ 228,05 bilhões) de faturamento. Informou a Exame.
Mas o que explica esse fenômeno? E quais são as tendências e os desafios que a indústria farmacêutica chinesa enfrenta?
A força dos medicamentos genéricos
Um dos principais fatores que impulsionam o crescimento da indústria farmacêutica chinesa é a produção e o consumo de medicamentos genéricos. Esses são remédios que têm o mesmo princípio ativo, a mesma forma farmacêutica, a mesma dosagem e a mesma indicação terapêutica que os medicamentos de referência, mas que são comercializados com nomes diferentes e preços mais baixos.
Os medicamentos genéricos são muito populares na China, pois atendem à demanda de uma população numerosa e com renda limitada. Em 2020, esses remédios representavam 54% do mercado local, segundo a Daxue Consulting. E esse movimento só aumentou após a pandemia da Covid-19, que elevou a procura por medicamentos acessíveis e eficazes.
No entanto, nem tudo são flores para os medicamentos genéricos na China. O governo vem realizando uma reforma no setor, exigindo que esses fármacos passem por testes rigorosos de qualidade, segurança e eficácia. Muitos produtos não conseguiram atender aos padrões estabelecidos e foram retirados do mercado. Com isso, o crescimento da categoria no futuro deve ser menos intenso. Nos últimos quatro anos, o avanço médio foi de 0,45% e, em 2021, os genéricos movimentaram US$ 134,4 bilhões (R$ 667,48 bilhões) no país.
A aposta na inovação
Enquanto fecha o cerco aos medicamentos genéricos de baixa qualidade, a indústria farmacêutica chinesa também passa por uma guinada em direção a medicamentos inovadores e imunizantes. Esses são fármacos que apresentam novas moléculas ou novas formas de administração, que oferecem benefícios terapêuticos superiores aos existentes ou que atendem a necessidades médicas não satisfeitas.
Para fomentar o desenvolvimento desses fármacos mais complexos, o governo vem apoiando a cooperação internacional e fortalecendo a proteção da propriedade intelectual, além de ampliar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. O país é o que detém mais patentes de medicamentos inovadores nos últimos três anos – 1,5 milhão, mais de duas vezes o montante dos Estados Unidos, que soma 597 mil.
Um exemplo de sucesso nessa área é a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan do Brasil. A CoronaVac é uma das vacinas mais utilizadas no mundo para combater a pandemia e já foi aplicada em mais de 200 milhões de pessoas.
O futuro da indústria farmacêutica chinesa
Diante desse cenário, podemos esperar que a indústria farmacêutica chinesa continue crescendo e se consolidando como uma das mais importantes do mundo. A China tem potencial para se tornar um polo de inovação e produção de medicamentos de alta qualidade e baixo custo, atendendo tanto ao mercado interno quanto ao externo.
No entanto, para isso acontecer, é preciso superar alguns desafios, como a concorrência acirrada com outros países, as barreiras regulatórias e comerciais impostas por alguns mercados, a necessidade de melhorar os padrões de qualidade e segurança dos produtos e a escassez de mão de obra qualificada e infraestrutura adequada.
A indústria farmacêutica chinesa é um tema fascinante e relevante para quem se interessa por saúde, economia e geopolítica. Esperamos que este post tenha sido útil para você conhecer um pouco mais sobre esse assunto. Se você gostou, compartilhe com seus amigos e deixe seu comentário. Até a próxima!
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