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Edição genética é vista com desconfiança por comunidade científica

 

Cientistas da Universidade Nacional de Chungnam, na Coreia do Sul, publicaram um estudo revelando o nascimento de dois clones de cachorros da raça labrador após um processo de edição genética


by Yuri Ferreira | Hypeness

 

Os pesquisadores alteraram o DNA dos cãezinhos Gene e Geny. Eles retiraram células-tronco de um cachorro que tinha a doença chamada de displasia coxofemoral, comum às raças de grande porte.

Depois, eles criaram embriões. Através da técnica chamada de prime editing, os pesquisadores retiraram o gene responsável pela doença. Os bichinhos foram gestados e nasceram com saúde e sem a doença, provando a eficácia do procedimento, que ainda suscita debates éticos no meio acadêmico.

“Os resultados indicam que a tecnologia de prime editing pode potencialmente ser usada como plataforma para corrigir defeitos genéticos em cães”, os autores afirmam no abstract do estudo.

O sistema CRISPR, utilizado pelos pesquisadores para fazer a pesquisa, ainda é visto com desconfiança pela comunidade científica.

A capacidade de edição do DNA é vista por muitos com cautela. “A tecnologia CRISPR é muito promissora e está sendo usada com bastante eficiência por laboratórios para editar, por exemplo, genes que causam doenças genéticas. Mas há riscos, pois não há certeza de que se atinja apenas o gene escolhido, e o perigo de que outros alvos sejam atingidos existe. É o chamado efeito off target”, explicou Mayana Zatz, diretora do Centro de Genoma Humano da Universidade de São Paulo, em entrevista ao IPEA, quando chineses afirmaram ter usado a técnica em humanos.

Contudo, seu uso benéfico comprovado para fins de saúde já é reconhecido e pode ser encorajado. “O uso clínico da CRISPR para o tratamento de doenças genéticas, com casos de gravidade elevada, deve estar no foco das pesquisas, para que a técnica seja apurada e os perigos quanto ao seu uso sejam eliminados. Assim, ela poderá se configurar em uma grande aliada nos tratamentos genéticos”, explicou Zatz.

 

Fotos: Divulgação/Universidade de Chongham

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