Folha de S.Paulo
Jornalista: Indefinido
07/12/19 - A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBOT) afirmou que o Brasil registrou três casos de lesões pulmonares associadas ao uso de cigarro eletrônico (Evali, na sigla em inglês) nas últimas semanas.
Segundo a entidade, os pacientes que apresentaram o problema usaram dispositivos adquiridos nos Estados Unidos que contém THC (tetrahidrocanabinol, substância derivada da maconha que apresenta efeitos psicoativos).
Os sintomas respiratórios das lesões nos pulmões podem incluir tosse, dor torácica e dispneia. Também são comuns sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia, e sintomas inespecíficos, como febre, calafrios e perda de peso.
As alterações nos exames de imagem também são inespecíficas, “com predomínio das consolidações e/ou vidro fosco em ambos os pulmões”, segundo a sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
O aumento dos leucócitos, do PCR (proteína C-reativa ) e das enzimas hepáticas também é frequente em quem tem os danos.
Em território americano, o acetato de vitamina E, um óleo, foi apontado como provável culpado pela epidemia que atingiu mais de 2.000 pessoas e matou pelo menos 39.
O tratamento, diz a SBOT, consiste na suspensão do uso do cigarro eletrônico, medidas de suporte clínico, incluindo oxigênio e, quando necessário, ventilação não invasiva ou invasiva.
As lesões associadas ao cigarro eletrônico são facilmente confundidas com a doença respiratória causada pelo vírus influenza e, nessa situação, o paciente deve receber antiviral precocemente e colher exames para confirmação desse diagnóstico.
Durante o tratamento, o uso de corticoide sistêmico pode ser útil em pacientes hospitalizados. No entanto, seu papel ainda não foi avaliado nos pacientes ambulatoriais.
A SBOT sugere aos pneumologistas e clínicos em geral que utilizem os critérios diagnósticos e classificatórios divulgados pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos EUA.
Pacientes dispneicos ou com saturação de oxigênio inferior a 95%, com doenças crônicas, a critério do médico assistente, devem ser internados. Já os pacientes ambulatoriais devem ser reavaliados dentro de 24h a 48h.
O cigarro eletrônico usa a nicotina líquida, que se transforma em vapor ao ser tragada, e não é regulamentado no Brasil, a maior parte dos dispositivos é obtida ilegalmente.
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