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Caixa de Subsys, remédio em spray feito com fentanil, opioide usado em casos de câncer com fortes dores (Foto: U.S. Attorney's Office for the Southern District of Alabama/Handout via REUTERS)

Crise dos opioides matou mais de 60 mil pessoas por overdose nos EUA em 2016.

Cinco médicos de Nova York foram acusados, nesta sexta-feira (16), de aceitar centenas de milhares de dólares em subornos de uma empresa farmacêutica para prescrever fentanil, um remédio para a dor poderoso e viciante, em um caso que mostra como a justiça americana tenta frear a crise dos opioides.

Os cinco médicos prescreveram em excesso durante meses um spray de fentanil, um analgésico 50 a 100 vezes mais poderoso que a morfina, em troca de subornos do fabricante, que declaravam como se fossem honorários para dar palestras, indicou a ata de acusação publicada pelo promotor federal de Manhattan.

O promotor não informou o nome do laboratório, mas todos os detalhes correspondem à empresa Insys.

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Em agosto passado, a Insys, baseada no Arizona, aceitou cooperar com a justiça e pagar 4,5 milhões de dólares de multa após ter sido acusada de práticas fraudulentas para promover seu spray de fentanil "Subsys", em princípio reservado às dores vinculadas ao câncer.

Dois empregados da Insys se declararam culpados e participaram na investigação que levou à prisão dos médicos.

Os cinco médicos são acusados de terem participado no sistema de "falsos honorários" da Insys.

Um deles, Gordon Freedman, de 57 anos, teria recebido mais de 300 mil dólares em falsos honorários em troca de um aumento de suas prescrições do aerossol de fentanil.

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Também foi o palestrante mais bem pago da Insys em 2014: apenas no último trimestre desse ano, prescreveu o medicamento por um valor de mais de 1,1 milhão de dólares, disse o promotor.

Os outros quatro médicos - Jeffrey Goldstein, Todd Schlifstein, Dialecti Voudouris e Alexandru Burducea - foram acusados de receber entre 68 mil e 196 mil dólares em falsos honorários para promover o medicamento.

Eles podem ser condenados a mais de 20 anos de prisão.

O caso ilustra a ação crescente da justiça americana contra a prescrição exagerada de medicamentos contra a dor como o fentanil e a oxicodona, na origem da crise de dependência de opioides que matou 63,6 mil pessoas por overdose em 2016 nos Estados Unidos.

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