Colesterol brilhante ajuda a monitorar doenças cardíacas

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Uma técnica recentemente desenvolvida, capaz de mostrar complexos de gordura e proteínas que entopem as artérias, deu aos cientistas um vislumbre de como estudar as doenças cardíacas em ação, e não mais apenas como fenômenos estanques.

A técnica, que já está sendo usada para pesquisar novos medicamentos para combater doenças cardiovasculares, foi desenvolvida por uma equipe das universidades Carnegie Mellon e Johns Hopkins e da Mayo Clinic, todas nos EUA.

As moléculas de gordura, também chamadas de lipídios – como o colesterol e os triglicérides -, são transportadas pelo sistema circulatório por uma proteína chamada Apolipoproteína-B, ou ApoB. Esses complexos de lipídios e proteínas são chamados de lipoproteínas, mas podem ser mais comumente conhecidos como “colesterol ruim”.

Algumas vezes, esse aparato de transporte de gordura e colesterol pára pelo caminho e se encaixa nas laterais dos vasos sanguíneos, formando um perigoso acúmulo. Conhecidos como “placa”, esses depósitos enrijecem a parede da artéria e dificultam o bombeamento de sangue pelo coração, o que pode levar a um ataque cardíaco.

Assim, identificar formas de diminuir os níveis de lipoproteínas formadoras de placa na corrente sanguínea pode salvar muitas vidas. Mas a ApoB é um complexo proteico muito grande, dificultando o estudo usando técnicas tradicionais de pesquisa em biologia molecular.

Quantidade e localização do colesterol

Para lidar com as deficiências das técnicas atuais, a equipe dos professores James Thierer e Steven Farber desenvolveu o sistema que eles batizaram de LipoGlo, que usa engenharia de genoma de última geração para marcar a ApoB com uma enzima brilhante, semelhante à que ilumina os vagalumes. Isso permitiu que eles monitorassem o movimento de complexos ApoB em cobaias.

A técnica é tão sensível que pode ser usada para medir lipoproteínas em uma gota de sangue quase microscópica, permitindo que os pesquisadores realizassem testes médicos muito superiores aos que são realizados em humanos, mostrando não apenas a quantidade precisa de colesterol, como também onde ele está localizado.

Atualmente, os médicos determinam o risco de arteriosclerose indiretamente, medindo as concentrações sanguíneas dos componentes da lipoproteína, como gordura e colesterol. Mas esta é uma ferramenta imperfeita que pode, em alguns casos, estimar os riscos com imprecisão. A ideia com a nova técnica é eliminar essas imprecisões.

“Embora haja muito mais trabalho a ser feito para entender completamente os processos subjacentes à arteriosclerose, essas descobertas mostram que nossa ferramenta LipoGLo tem o poder de transformar nossa compreensão da biologia das lipoproteínas, o que terá implicações importantes para futuras estratégias para tratar doenças cardíacas,” disse o Dr. Farber.

Um passo essencial desse trabalho será migrar dos experimentos com cobaias para análises em humanos.

Fonte: Diário da Saúde

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