O candidato mais rico nas eleições de outubro de 2018 é o empresário do ramo farmacêutico Fernando de Castro Marques. Ele declarou ter patrimônio de R$ 667,9 milhões ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Marques é filiado ao Solidariedade e tentará uma vaga ao Senado pelo Distrito Federal. Esta é a primeira vez que ele concorrerá à Casa.
A maior parte do patrimônio de Marques vem de "quotas ou quinhões de capital", ou seja, participação no capital de empresas: cerca de R$ 338,9 milhões. Na década de 1970, seu pai, João Marques, comprou o laboratório Prata, que mais tarde originaria a União Química, uma das maiores farmacêuticas do Brasil. O restante do patrimônio declarado de Castro Marques é composto por aplicações, fundos e terrenos, entre outros.
Fernando Marques, presidente da Uniao Química
"É uma exposição que eu preferia não ter; tenho uma vida discreta, sou uma pessoa discreta, e lamentavelmente, em função dessa candidatura, tive que botar minha declaração [de bens] lá [no sistema da Justiça Eleitoral, de acesso público]", afirmou Castro ao UOL nesta quarta-feira (22).
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">Em segundo lugar no ranking dos candidatos mais ricos, vem o presidenciável pelo Novo, João Amoêdo, com patrimônio declarado de R$ 425 milhões. Amoêdo construiu a carreira em instituições financeiras. Segundo o presidenciável em entrevista à Folha de S. Paulo, a riqueza é um "indicador importante da capacidade" da pessoa.
O terceiro candidato mais rico do pleito é Ogari de Castro Pacheco, com R$ 407,7 milhões, de acordo com as informações prestadas ao TSE. Assim como Castro Marques, Pacheco também faz parte do ramo farmacêutico, sendo o controlador do laboratório Cristália. Ele concorre no Tocantins a segundo suplente do candidato a senador Siqueira Campos (DEM).
Em quarto lugar, aparece o candidato a vice-governador de Mato Grosso pelo PDT, o empresário agropecuário Otaviano Pivetta, com R$ 379,4 milhões em bens. Completando os cinco mais ricos está o ex-ministro da Fazenda de Michel Temer e candidato à Presidência pelo MDB, Henrique Meirelles. Ele declarou ao TSE ter R$ 377,4 milhões.
Ricos só no papel: erros de digitação
Embora Marques, Amoêdo, Pacheco, Pivetta e Meirelles sejam os mais ricos no pleito deste ano, há outros seis candidatos que aparecem com patrimônios mais valiosos do que os dos cinco citados no sistema do TSE. No entanto, constam no topo da lista devido a erros de digitação.
O candidato a deputado federal por São Paulo Everaldo Brito (Pros), por exemplo, consta como tendo a maior fortuna: R$ 1,2 bilhão. Seriam R$ 700 milhões em "bens imóveis", R$ 480 milhões em uma única casa e R$ 22 milhões em veículos.
Ao analisar a declaração escaneada e assinada pelo candidato disponível no sistema do tribunal, porém, verifica-se que ele declarou ser dono de um barracão no valor de R$ 700 mil, quatro chácaras no total de R$ 480 mil, um carro de R$ 16 mil, outro veículo de R$ 6,7 mil e uma motocicleta de R$ 16 mil. Ele ainda afirma não ter adquirido os bens em 2018.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">O segundo candidato teoricamente mais rico, de acordo com o TSE por causa de erros de digitação, é o advogado Fernando César de Camargo Rosseto, que também disputa as eleições a deputado federal por São Paulo pelo Pros. Ele declarou ser dono de metade de uma casa em Vila Alpina, São Paulo, no valor de R$ 850 mil. No entanto, no sistema do TSE, a residência aparece como tendo valor de R$ 850 milhões.
Erros similares aconteceram com os candidatos Cosme Leite (deputado estadual do Acre pelo PRP), Antônio Queops Vasconcelos Miranda (deputado federal pelo Tocantins pela Rede), Jacson Gimenes Santos (deputado estadual do Rio Grande do Sul pelo PV) e Beethoven Elias de Oliveira (deputado federal por São Paulo pelo Pros).
O TSE informou que os erros são causados na digitação pelos partidos políticos. Em casos como esses, é possível que a Justiça Eleitoral questione os candidatos se verificar "desconformidade de informação" na análise dos pedidos de registro das candidaturas. Os dados podem ser corrigidos a qualquer momento pelas próprias siglas.
O PV no Rio Grande do Sul confirmou o equívoco e disse que Jacson Santos é proprietário de um apartamento no valor de R$ 600 mil, não de R$ 600 milhões como constante na Justiça Eleitoral. A Rede no Tocantins afirmou que irá retificar a digitação da declaração do patrimônio de Antônio Queops, que é de cerca de R$ 1,5 milhão, não de aproximadamente R$ 1 bilhão.
O UOL procurou o PRP no Acre e o Pros em São Paulo, mas não conseguiu contato. (*Colaborou Janaina Garcia, de São Paulo)
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