Pesquisa realizada pelo LinkedIn identificou que 41% dos recrutadores consideram o trabalho voluntário como um fator de destaque aos candidatos. Mas por que essa ação é tão importante?
O ato de se colocar à disposição de uma necessidade social é chamado de solidariedade e faz parte do conjunto de soft skills, as habilidades comportamentais mais buscadas pelas empresas atualmente.
Um profissional solidário é percebido como um colaborador que se doa mais às necessidades da empresa, constrói relações mais humanas e não coloca suas vontades pessoais acima do coletivo. Ou seja, sabe como se compor em uma equipe e trabalha em prol dos resultados de todos.
A pandemia não sabe diferenciar statu quo, classe social, gênero, ou cargo corporativo. Ela pode atingir a todos. Estamos dentro do mesmo mar da covid-19, mas isso não significa que navegamos nos mesmos barcos — e precisamos olhar para isso.
Há embarcações com capital de giro que suportam o abalo econômico durante a quarentena, mas a grande maioria das pequenas e médias empresas estão em canoas vulneráveis e podem virar. Além disso, há os profissionais autônomos que dependem da venda direta ao público e estão sem ter onde se apoiar.
Há pessoas que podem permanecer em segurança em navios confortáveis e espaçosos durante a quarentena, mas milhões estão em botes pequenos com toda a família. Há, ainda pessoas em locais seguros, mas que não sabem nadar e estão emocionalmente abaladas, já as que estão em botes e também ansiosas têm seus medos ainda mais aflorados.
Além de todos os esforços que os especialistas em economia e gestores estão movendo em busca de soluções eficientes, é a solidariedade quem pode mais contribuir à sociedade nesse momento.
Um exemplo disso são as milhares de pessoas que se colocaram à disposição de idosos para fazerem as compras básicas deles durante a quarentena, evitando que saiam de casa. O momento chama por esse olhar, humano, empático e solidário, e o desenvolvimento da sua carreira só tem a ganhar com isso.
Não há mais como separar o profissional técnico, do indivíduo humano. Essa onda vai passar, trará sequelas, mas também deixará memórias a respeito daqueles que mais colaboraram para que o momento fosse mais brando. Aproveite para, ao invés de se perder em procrastinação ou em angústias, utilizar seu tempo de forma produtiva.
Se coloque à disposição dos seus familiares, amigos, colegas de trabalho – não se esqueça que as lideranças também estão em alto mar – e da sua comunidade local (vizinhança e grupos diversos). Busque saber se precisam de apoio. Saiba que é humano e essencial pedir ajuda também, se por acaso for você quem precisa de escuta ou suporte.
Busque consumir dos pequenos produtores, pode ser uma boa oportunidade para pedir uma cesta de orgânicos, ao invés de comprar no mercado. Peça comida daquele restaurante pequeno que você adora e agora entrega delivery, não cancele sua aula particular de inglês, renegocie valores (se você realmente precisar) e dê suporte ao profissional autônomo.
Adie eventos e contratos que não precisem ser cancelados, reúna doações do que você não precisa mais em casa e se informe sobre os muitos grupos online de redistribuição de renda que estão se formando no Facebook.
Ajudar faz bem à nossa saúde mental, faz bem a quem recebe e pode, com certeza, trazer muitas cores ao cenário instável e cinza que muitos estão vivendo. Se uma doença fez um efeito dominó na economia, a cura vem também através da gentileza e da solidariedade, ajudando a levantar as peças e construindo fundações mais sólidas.
Estou fazendo a minha parte e você? Juntos somos mais fortes!
Boa jornada
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