No ambiente de trabalho o que vale é respeitar os estilos diferentes para trabalhar de forma profissional
Lygia Haydée, de Exame
São Paulo – O ambiente de trabalho pode ser muitas vezes desafiador. Na carreira, é preciso saber lidar com diferentes pessoas e comportamentos. Quem consegue entregar resultados e ainda manter um bom relacionamento costuma ganhar pontos. Mas é fato que quase todo ambiente de trabalho tem pessoas difíceis de lidar e que podem afetar sua produtividade.
Para os especialistas, o primeiro passo é entender como essa pessoa te afeta e saber reconhecer se o problema é com todos ou apenas com você. “Muitas vezes o que nos incomoda no comportamento do outro é um espelho de algum comportamento nosso, que temos dificuldade de enxergar”, afirma Andrea Piscitelli, consultora de recursos humanos.
O próximo passo é fazer uma reflexão dos motivos que causam esse problema e torna difícil conviver com alguns colegas, que podem ser coisas banais como antipatia, ou mais sérias, como não saber ouvir, não contribuir para o trabalho da área e demonstrar comportamentos de baixo engajamento.
A diplomacia é, na opinião dos especialistas, o melhor caminho para começar a lidar com pessoas difíceis e tentar abrir o jogo. “Será que não vale a pena convidar esta pessoa para um almoço totalmente desarmado de rótulos? Esforce-se para entender o ponto de vista do outro, fale menos e ouça mais. Isso, certamente, irá ajudá-lo a ganhar confiança e abertura com diferentes áreas e pessoas”, aconselha Andrea.
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Para Luiz Fernando Garcia, especialista em gestão comportamental, muitas vezes é preciso mostrar para a pessoa que ela não está agradando, com elegância, é claro. “Dê um gelo na pessoa que está sendo inconveniente. Neutralize as suas ações por cerca de cinco dias, pois isso costuma surtir efeito e a pessoa deixa de ser chata”, recomenda Garcia.
Um grande problema nestes casos é deixar que esta interferência torne-se pessoal. “Esteja sempre munido de controle e inteligência emocional. Jamais responda na mesma moeda, seja objetivo e, acima de tudo, não leve nada para o lado pessoal”, aconselha Andrea.
Estruture o seu discurso com fatos e não com sensações, fornecendo dados consistentes e racionais que mostrem o melhor caminho para uma solução. “Ao começar a conversa, é bom que você aponte pontos positivos do colega de trabalho para que ele não se arme contra você. Mas seja verdadeiro e pontual. Fale o que não está lhe agradando, mas não em tom acusatório, pois isso também levará a conversa para outro caminho”, aponta Garcia. Formalizar essa comunicação ajuda também a evitar fofocas.
E se nada der certo?
Se as coisas continuarem difíceis, pode ser o caso de envolver o chefe no assunto. “Fale com a chefia apenas quando for realmente necessário, já que esse tipo de atitude também gera desafeto e aumenta a dificuldade da relação”, avalia Andrea.
Isso significa que você só deve recorrer ao seu superior quando o conflito estiver ferindo valores organizacionais e pessoais. Aqui vale, então, uma conversa franca, objetiva e sem emoção com a chefia. “Lembre-se de que o mote deve ser a qualidade do trabalho, o cliente, o clima da área e nunca o seu desconforto pessoal. O bate-papo deve ser estruturado e objetivo. Neste momento, o líder poderá ajudar com uma visão mais racional e sistêmica e, inclusive, poderá programar uma intervenção para resolver o conflito”, ressalta Andrea.
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