Consciência sobre o rosto

Correio Braziliense 
Jornalista: Fernanda Strickland


07/04/20 - O Ministério da Saúde informou, este mês, que máscaras cirúrgicas e N95, artigos que estão em falta no mercado internacional, devem ser destinadas apenas ao uso para o pessoal da Saúde. O isolamento social ganhou, então, um toque mais caseiro: brasileiros começaram a usar máscaras de tecido, de pano e de TNT. Para colaborar com essa frente importante na batalha contra a Covid-19, membros das associações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (AMPDFT) e dos Procuradores da República (ANPR) decidiram se unir na campanha “DF usa máscaras”. A iniciativa surgiu a partir da necessidade de equipar e proteger a Polícia Militar do DF, que se juntou ao projeto.

Segundo uma das coordenadoras da campanha, a promotora Denise Sankievicz, o movimento é urgente e necessário. “Pensamos, inicialmente, em proteger quem está nas ruas por nós e, ao mesmo tempo, dar proteção para aqueles que terão contato com esses profissionais, já que a máscara tem esse duplo papel”.

Em poucos dias, “DF usa máscaras” mobilizou uma rede com mais de 100 pessoas para produzir o primeiro lote de máscaras. Promotores e procuradores envolvidos elegeram como primeira meta produzir 36 mil máscaras para policiais militares e outros profissionais que precisem estar nas ruas.

De acordo com a procuradora Márcia Noll, também coordenadora do projeto, o objetivo é abastecer e motivar a população em geral: “Acredito que, no curto e médio prazo, poderíamos pensar em voltar a trabalhar, desde que mais disciplinados a nos proteger. Sem medo de uma segunda onda”, referindo-se a um pico de contágio no país.

Os idealizadores da campanha defendem que a iniciativa passe ao largo de discussões sobre a modalidade e a extensão do isolamento social que o país enfrentará nas próximas semanas e meses. “Qualquer que seja o tipo de isolamento que se adote, as máscaras pessoais e laváveis, disponíveis para toda a população, seriam uma forma de proteção para todos”, explica Márcia Noll.

O maior desafio da campanha, atualmente, é a falta de recursos para custear a produção. Para isso, a campanha recebe doações. (Veja mais informações no serviço).

Bom exemplo

Diversos países adotaram o uso contínuo da máscara como importante meio de contenção da doença. A República Tcheca, por exemplo, determinou a toda a população o uso de máscaras em espaços públicos; a Áustria também adotou a mesma medida. No Oriente, o costume já é antigo, mas foi reforçado em tempos de coronavírus. Além da China, Taiwan, Japão, Coreia do Sul e Singapura estimulam o uso.

No Rio de Janeiro um grupo de amigos se reuniu para lançar a campanha “Máscaras pela vida”, que tem o objetivo de arrecadar recursos financeiros e materiais para a confecção de máscaras para serem distribuídas em comunidades da capital fluminense. Em Vitória, um grupo de empresárias capixabas se juntou para lançar o movimento “Máscaras para todos”. O intuito é produzir máscaras para comunidades carentes da região.

Seguindo orientações do Ministério da Saúde, Tania Bernardes de Souza, moradora de Valparaíso (GO), começou a confeccionar máscaras de pano para vender. “A princípio, para proteger minha filha, mas, por conta da quarentena, fiquei sem trabalhar. Então, a ideia de fazer uma renda extra surgiu”, conta. Ela trabalha com tecidos que já tem em casa e precisou apenas comprar o elástico.

A aposentada Patrícia Barros, 73 anos, moradora do Gama, já havia começado a se prevenir. Ela usa um lenço como máscara para sair às ruas. “Influenciada pelas reportagens que sugerem adaptar toalha de papel e tecidos como máscaras de proteção, lembrei da bandana da minha neta, que estava sem uso”, conta.

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