Coronavírus: China expulsa três jornalistas estrangeiros

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O Globo 

20/02/20 – O governo da China vai expulsar três jornalistas do americano “Wall Street Journal” em represália a um título de um texto editorial sobre o novo coronavírus, considerado “racista”.

“A China é o verdadeiro homem doente da Ásia” foi o enunciado que desagradou o regime chinês. Publicada em 3 de fevereiro, a frase é derivada de uma expressão, considerada ofensiva e racista, usada por alguns ocidentais para descrever o país asiático no século XIX.

Pequim anunciou ontem a retirada das credenciais — que também servem como visto — dos jornalistas do WSJ. O trio terá de deixar o país em cinco dias, noticiou a publicação.

O WSJ informou que, embora não sejam autores do texto, os profissionais banidos são o chefe adjunto dos correspondentes, Josh Chin, a repórter Chao Deng, ambos americanos, e o repórter australiano Philip Wen.

Porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang disse, em entrevista coletiva, que o título era “racialmente discriminatório” e “sensacionalista”. Também criticou o jornal por não ter se desculpado.

Escrito pelo professor Walter Russell Mead, da Bard College, universidade americana de prestígio, o texto alertava para os riscos da epidemia para a economia chinesa e, em consequência, mundial. Mead também criticou a suposta lentidão da resposta inicial do governo chinês.

Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo disse, em comunicado, que “países maduros e responsáveis entendem que a imprensa livre reporta fatos e expressa opiniões”.

Uma das decisões mais radicais contra a imprensa estrangeira nos últimos anos, a expulsão coincide com a decisão de Washington de impor novas regras à imprensa estatal chinesa nos Estados Unidos. Pequim considerou as medidas “inaceitáveis”.

Ontem, a China registrou queda em novos casos do Covid-2019 na província de Hubei. Foram 349 novos diagnósticos, o menor número desde 25 de janeiro. No total, já são mais de 74 mil pacientes e cerca de 2.100 mortes.

NAVIOS EM SANTOS E NO JAPÃO

No Brasil, o navio de bandeira chinesa Kota Pemimpin, inspecionado ontem no Porto de Santos (SP) após relatos de tripulantes com sintomas semelhantes aos do coronavírus, recebeu o Certificado de Livre Prática.

O documento, emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), certifica que a embarcação está regular após atracar no porto brasileiro, ou seja, não foram detectados problemas de saúde. O Kota Pemimpin veio de Cingapura, mas esteve em portos chineses nos últimos 30 dias.

No Japão, passageiros do cruzeiro Diamond Princess começaram a desembarcar ontem, depois de 14 dias de quarentena. No mesmo dia, as autoridades de saúde do país anunciaram que mais 79 casos do novo coronavírus foram diagnosticados abordo. Com 621 casos confirmados, o cruzeiro representa o maior grupo de pessoas infectadas fora da China. Depois da saída do último passageiro, a tripulação também será submetida a uma quarentena.

O Japão enfrenta críticas crescentes pela maneira de administrara quarentena, à medida que os passageiros se dispersam pelo mundo.

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