Coty planeja vender ou fechar a maior parte de suas fábricas e ainda terceirizar operações para minimizar os resultados negativos em função da Covid-19 e reverter seu endividamento.
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“Vamos nos tornar mais leves e ágeis. O negócio dos cosméticos é complexo e estamos mortos se atuarmos como a Estée Lauder ou a L´Oreal”, declarou Peter Harf em entrevista ao Valor Econômico. Sócio-gerente da JAB Holdings, controladora majoritária da Coty, ele exerce desde junho a presidência executiva da empresa, que detém marcas como Biocolor, Monange, Risqué e Wella e, no Brasil, chegou a estar à frente de players como a Johnson & Johnson.
As medidas de distanciamento social e quarentena impostas pela pandemia fizeram a receita da Coty despencar no trimestre fiscal encerrado em 30 de junho. O prejuízo foi de US$ 696 milhões, resultado pior do que o estimado por analistas do mercado. Apenas três países – Brasil, China e Estados Unidos – concentram 80% do volume de negócios.
Esse é mais um capítulo de uma longa crise que persegue a companhia desde a compra das operações da P&G em 2015, por US$ 12,5 bilhões. O objetivo era dobrar de tamanho, mas a aquisição resultou em dívidas e a integração das duas empresas não resistiu à chegada de novos concorrentes. No mesmo ano, a Coty adquiriu a divisão de cosméticos da Hypera Pharma no Brasil por R$ 3,8 bilhões, outro negócio que não decolou. Como parte da estratégia de reestruturação, Sue Y. Nabi será a quinta executiva a assumir a presidência nesse período, respaldada pela experiência de 20 anos na L’Oréal.
Potenciais compradores
No início do ano, o fundo norte-americano KKR preparou uma oferta de US$ 8 bilhões para adquirir a divisão de beleza profissional da Coty. Mas a Covid-19 interrompeu esse plano. A operação brasileira também estava à venda e o Grupo Boticário chegou a esboçar interesse, segundo fontes do setor.
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