A farmacêutica americana Gilead Sciences, que fabrica o antiviral Remdesivir, remédio que vem sendo testado contra a covid-19, resolveu abrir mão da patente para facilitar o acesso ao medicamento em 127 países. No entanto, o Brasil ficou de fora da lista.
Em resposta a questionamento da EXAME, a farmacêutica informou que a decisão sobre os países que terão a licença voluntária é baseada em uma lista do Banco Mundial. Segundo o comunicado, as 127 nações incluídas “representam quase todos os países de baixa e média renda, bem como vários de alta e média renda que enfrentam obstáculos significativos de acesso à saúde.”
A companhia não esclareceu os motivos específicos acerca da exclusão do Brasil da lista. No entanto, ponderou que se ficar comprovado que o medicamento é seguro e eficaz no tratamento da covid-19, a Gilead está “comprometida” a tornar o Remdesivir acessível aos governos e pacientes em todo o mundo.
“Continuaremos a discutir com as autoridades regulatórias, incluindo no Brasil, o crescente corpo de evidências do Remdesivir como um tratamento potencial para a covid-19, com o objetivo de torná-lo mais amplamente disponível para pacientes com necessidades urgentes”, disse em nota à EXAME.
No último dia 1º de maio, os Estados Unidos liberaram o uso do medicamento em casos de emergência da covid-19. O Remdesivir tem mostrado bons resultados na recuperação de pacientes hospitalizados, acelerando o processo de melhora.
A Gilead assinou acordos de licenciamento voluntário com cinco farmacêuticas especializadas na produção de genéricos.
A companhia informou ainda que se reuniu com a Anvisa no último dia 6 de maio para falar sobre o tema. “Na ocasião, a Gilead informou que o plano global de submissão para o Remdesivir, incluindo o Brasil, está em fase de discussão interna.”
A Gilead é conhecida por medicamentos usados para complicações geradas pelo vírus HIV e pela hepatite.
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