Correio Braziliense
Jornalista: Indefinido
13/11/19 - A população da América Latina e do Caribe experimenta situações extremas na alimentação, com aumento da obesidade nos adultos e da desnutrição infantil, o que levou ontem agências das Nações Unidas a lançarem um chamado urgente para tentar reverter esse cenário. “De 1975 até hoje, a obesidade triplicou. Hoje, um em cada quatro adultos vive com obesidade, em uma região onde a fome voltou a crescer e afeta 42,5 milhões de pessoas”, assinalou o informe anual sobre a segurança alimentar.
No documento, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), sediada em Roma, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) defendem a adoção de programas de alimentação escolar e a regulação da publicidade e da comercialização de alimentos. Destacam ainda a necessidade de um maior controle da qualidade dos alimentos que se comercializam na rua, e da composição de alguns produtos para garantir seu aporte nutricional.
Segundo o informe, a obesidade em adultos afeta sobretudo os habitantes do Caribe, onde a porcentagem quadruplicou, mas o quadro é considerado alarmante em toda a região. “O aumento da obesidade é explosivo, afeta 24% da população regional, cerca de 105 milhões de pessoas, praticamente o dobro do nível global, de 13,2%”, advertem as agências. Segundo os dados da ONU, 600 mil pessoas morrem todos os anos na América Latina e no Caribe devido a doenças relacionadas com a má alimentação, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.
As agências denunciaram também “o aumento preocupante da fome”, que voltou a crescer na região, com 4,5 milhões de pessoas a mais. “Em 2018, chegaram a somar 42,5 milhões, a cifra mais alta da última década”, registrou o informe. O fenômeno acelerou devido, entre outros fatores, à venda de produtos ultraprocessados.
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