Imagem: Jiang et al.
by Jorge Marin | nexperts
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, decidiu se debruçar sobre um problema que aflige milhões de pessoas no mundo: as feridas crônicas, uma preocupação médica pouco reconhecida que lida com o retardamento da cura em pacientes com infecções, diabetes, sistemas imunológicos enfraquecidos, entre outras condições.
Para acelerar a cicatrização dessas feridas, cujo custo do tratamento supera os US$ 25 bilhões somente nos Estados Unidos, os pesquisadores desenvolveram um curativo inteligente composto de um sistema bioeletrônico flexível e sem fio – como um vestível – com sensores de controle retroalimentado e circuitos de estimulação, conjugados com eletrodos de hidrogel de interface com a pele humana.
Fonte: Jiang et al./Divulgação.
Como funciona o curativo inteligente?
O princípio do novo tratamento é: “ao fechar a ferida, o curativo inteligente protege enquanto cicatriza”, explica ao EurekAlert o pós-doutorando da Faculdade de Engenharia de Stanford, Yuanwen Jiang, também coautor do estudo.
Não se trata, portanto, de uma ferramenta passiva. "É um dispositivo de cura ativo que pode transformar o padrão de atendimento no tratamento de feridas crônicas”, diz o químico. O curativo inteligente detecta a condutividade e as mudanças de temperatura na pele à medida que a ferida cicatriza (a impedância aumenta e a temperatura local diminui).
Segundo os autores, a “mágica” acontece porque a estimulação elétrica ativa o gene anti-inflamatório Selenop e o Apoe, que aumenta o crescimento muscular e dos tecidos moles. Em modelos de feridas pré-clínicas em ratos, o grupo de tratamento cicatrizou cerca de 25% mais rapidamente e com melhoria de 50% na remodelação dérmica quando comparado ao grupo controle.
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nature Biotechnology.
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