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Jornalista: Kariane Costa, da Rádio Nacional
16/01/20 - Espírito Santo, Rio de Janeiro e nove estados do Nordeste podem ser alvo de um surto de dengue a partir de março deste ano. O alerta é do coordenador de Vigilância de Arbovirose do Ministério da Saúde, Rodrigo Saidí.
Em entrevista exclusiva à TV Brasil, o especialista explicou que o período favorável ao aumento de casos da dengue no Brasil, que começou em novembro de 2019, vai até o próximo mês de maio, época de chuva.
Segundo Saidí, no entanto, a dinâmica da transmissão da doença é que pode ocasionar o surto nessas regiões. Hoje há quatro sorotipos da dengue, e quando ocorre alteração do padrão de circulação também aumenta o número de transmissões.
"A mudança no padrão de circulação, que está acontecendo agora nesses dois estados [Espírito Santo e Rio de Janeiro], e a possibilidade de isso ocorrer nos estados do Nordeste em 2020 apontam para um cenário de risco", disse o coordenador.
Saidí afirma que 80% dos criadouros do mosquito estão dentro das residências. Por esse motivo, alerta sobre a importância de haver integração entre as políticas públicas de governo e a mobilização da população. Ele diz ainda que o controle deve ser feito porque, nesta época do ano, o mosquito completa seu ciclo de reprodução em dez dias.
"É importante estar atento à caixa d'água, se ela está aberta ou não, à limpeza das calhas, à verificação permanente da presença de água em bandeja de ar-condicionado, na bandeja da geladeira, os pratinhos de vaso de planta, acondicionar adequadamente aqueles produtos que estão nos quintais, como garrafas e latas".
Histórico
Em 2019, o Brasil registrou mais de 1.544 casos de dengue e 782 mortes em decorrência da doença. O número de óbitos representa aumento de 488% em relação a 2018, ano considerado atípico pelo ministério.
Os dados de registro de zika ainda estão baixos no Brasil. Mesmo assim, o alerta de cuidado para gestantes continua porque o vírus da doença ainda está em circulação por todos os estados do país, menos no Acre. O Ministério da Saúde também descarta um surto da chikungunya este ano no Brasil.
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