No Brasil, o setor farmacêutico e de saúde ainda enfrentam muitos desafios para inovar. A burocracia e a falta de incentivo aos projetos influenciam negativamente nessa jornada
Apesar de já existirem iniciativas de sucesso, o ambiente de inovação no Brasil não é dos mais fáceis, quando comparado a outros países, inclusive no setor farmacêutico. No Vale do Silício, nos Estados Unidos, considerado berço da inovação no mundo, a mentalidade disruptiva é lei. Os profissionais que ali atuam não se conformam com o modelo atual das coisas. Além disso, eles têm apoio para pensar além do óbvio.
“Duas grandes universidades da região, Stanford e Berkley, são voltadas a formar pessoas interessadas em novos modelos de negócios. Além disso, há um investimento farto em novas ideias porque os empreendedores que já tiverem sucesso voltam a investir em startups da região. O dinheiro retroalimenta esse sistema de inovação”, descreveu o médico e sócio da I9MED Point of Care, Carlos Ballarati.
Entretanto, no Brasil o cenário é diferente. Inovar ainda é difícil e o ecossistema é imaturo. “Existe dinheiro, mas faltam bons projetos. Além disso, somos avessos ao fracasso. O capital tem medo do risco e procura startups mais estruturadas. A educação falha e as universidades com mentalidade retrógrada fazem com que tenhamos pouca afinidade com a disrupção”, complementou Ballarati.
Inovação no Brasil
Quando se trata de inovação em saúde, a dificuldade em inovar é ainda maior. Isso porque os profissionais do setor são treinados para minimizar riscos, enquanto que inovar funciona em lógica oposta. Além de combater essa mentalidade, é preciso ainda ficar atento às questões regulatórias que envolvem as novas tecnologias.
De acordo com a advogada e gerente de produtos do Dr. Consulta, Lara Garcia, tecnicamente não há nenhuma lei que fale sobre telemedicina ou e-saúde. Porém, diversas entidades já se pronunciaram sobre o tema. “Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um documento em que reconhece o mobile health como o futuro da saúde. Além disso, publicou também um pacote de estratégias com o passo a passo que os países deveriam seguir para inserir a tecnologia na saúde”, conta.
Pelo menos 32 nações seguiram as recomendações e lançaram documentos com estratégias, inclusive o Brasil. Em 2014 o País divulgou o documento Estratégia de e-saúde para o Brasil. “Ali, recomenda-se que o Sistema Único de Saúde (SUS) incorpore o acompanhamento a distância para gestantes e doentes crônicos. Não é lei, nem política pública, é manifestação de vontade”, destacou Lara.
A jornada da inovação no setor farmacêutico no Brasil e em outros países será um dos temas abordados no Summit Inovação em Saúde. O evento realizado pela Contento Comunicação em parceria com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), acontecerá em São Paulo (SP), no dia 08 de outubro de 2019.
Fonte: ECompare
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