As células dendríticas têm sua própria forma de programa de memória, que depende de uma molécula de sinalização imune conhecida como TNF-alfa. - [Imagem: Stephanie King]
Riscos dos medicamentos biológicos
Distúrbios autoimunes, como artrite reumatoide, psoríase e doença de Crohn, afligem dezenas de milhões de pessoas e são o resultado de o sistema imunológico, cujo papel é combater os patógenos causadores de doenças, voltar-se contra si mesmo.
A notícia não tão boa é que, apesar de vários medicamentos projetados para combater essas doenças já estarem disponíveis, essas drogas, uma classe de produtos biológicos chamados inibidores de TNF, trazem consigo o risco de infecções graves e até de câncer.
Já a notícia bem melhor é que pesquisadores podem ter descoberto o porquê desses efeitos colaterais tão danosos: Uma função anteriormente desconhecida de um tipo específico de célula imune, as chamadas células dendríticas.
As células dendríticas fazem parte da rede imune inata, a primeira linha de defesa do corpo contra uma ameaça. Elas ajudam outro tipo de célula imunológica, chamada célula T, que faz parte do sistema imunológico adaptativo, a aprender a responder adequadamente a um determinado germe ou agente causador de doença.
TNF-alfa
Agora os pesquisadores descobriram que as células dendríticas têm sua própria forma de memória e dependem de uma molécula de sinalização imune já conhecida, chamada TNF-alfa, que causa a inflamação tão dolorosamente familiar àqueles com artrite e outras doenças autoimunes.
"As células dendríticas são o principal orquestrador da resposta imune, dizendo às outras células do sistema imunológico o que fazer," explica o professor Michal Olszewski, da Universidade de Michigan (EUA). "Nossos estudos descobriram que o TNF-alfa faz parte do sistema que programa as células dendríticas para que elas saibam como programar as células T."
O TNF-alfa é especialmente importante para ajudar as células dendríticas a ensinar as células T a combater infecções, como certas infecções fúngicas e a tuberculose, que podem se esconder dentro das células do corpo.
É por isso que as pessoas que tomam esses medicamentos autoimunes estão particularmente em risco.
Além disso, a equipe descobriu que a programação das células dendríticas depende do rápido desenvolvimento de alterações epigenéticas, proporcionando estabilidade à programação das células dendríticas conferida às células T. Essa descoberta tem implicações importantes para o desenvolvimento de terapias direcionadas ao sistema imunológico.
"Isso será importante para o desenvolvimento de vacinas, para entender como o sistema imunológico responde a infecções crônicas e por que as pessoas que tomam anti-TNF para tratamento de doenças autoimunes são particularmente vulneráveis a esse tipo de doença," finalizou Olszewski.
Redação do Diário da Saúde
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