Dicas para "encarar" os CEOs na seleção do trainee
Presidentes de empresas como Votorantim e Itaú-Unibanco encontram candidatos antes mesmo da fase final da seleção do trainee; veja como aproveitar esta oportunidade
São Paulo – Na busca pelos melhores (e mais coerentes com a cultura da empresa), a alta cúpula das companhias brasileiras está cada vez mais presente no processo de seleção dos programas de trainee. E, em algumas empresas, até os CEOs entraram nesta estratégia de aproximação.
Os finalistas do programa de trainee do grupo Votorantim sentiram essa tendência na pele no final de novembro.
Na ocasião, a empresa convidou os candidatos para um coquetel com a presença dos CEOs da Votorantim Cimentos, Votorantim Metais, Votorantim Siderurgia, Fibria e o presidente da Votorantim Industrial, Raul Calfat, além de outros executivos da companhia e ex-trainees.
Já em outubro, foi a vez do presidente do Itaú Roberto Setúbal conversar com os 230 finalistas do processo de seleção do programa de trainee do banco.
Apesar de não fazerem parte do processo de seleção, estes encontros podem ser fundamentais para as etapas seguintes e para a decisão do próprio candidato. Por isso, o esforço dos presidentes não é gratuito.
“Diante de um mercado tão vasto de programas de trainee sedutores, as companhias querem que os candidatos tenham certeza que querem seguir carreira ali”, afirma Fernanda Bueno, gestora de projetos da área de jovens da Across. “É uma escolha de mão dupla”.
Para validar esta decisão que os futuros trainees devem tomar, nada mais estratégico do que dar a palavra aos CEOS. “Pelo perfil do presidente é possível conhecer bem a companhia”, afirma Marcele Correia, Superintendente de RH do Itaú-Unibanco.
Gilberto Lara, diretor de DHO da Votorantim, concorda: “É importante que eles nos conheçam. Saibam mais sobre o estilo de liderança e o ambiente de trabalho. Assim, não há surpresas e a chance de dar certo é muito maior”.
Confira algumas dicas de ouro para aproveitar ao máximo esta oportunidade – sem queimar suas chances futuras:
1 Não pergunte apenas por perguntar
Se o encontro com o presidente da empresa é feito de uma palestra seguida por uma bateria de questões da plateia, a estratégia mais comum dos candidatos a trainee é se agarrar (com todas as forças) à ideia de que é fundamental fazer uma pergunta para se destacar.
Mas atenção: não vale perguntar apenas para cumprir o “script”.
“Se a pergunta for boba ou for algo que o RH já respondeu em outras etapas, é melhor ficar quieto”, afirma Marcio Vinícius, consultor da Cia. De Talentos.
Até porque, segundo ele, alguns pequenos detalhes do programa fogem do conhecimento do presidente – visto que ele tem uma empresa inteira para comandar.
2 Se perguntar, seja relevante
Por isso, se for levantar a mão e questionar, seja relevante (de fato). Uma dica, segundo Fernanda da Across, é conectar a apresentação do presidente ao contexto do mercado – sem citar a concorrência ou colocar o CEO em uma saia justa em público.
Vinícius aconselha também perguntas que sejam pertinentes a todos. “O programa não será apenas para você, então, evite frases na primeira pessoa”, diz.
3 Preste muita atenção
Mas antes de querer se mostrar inteligente com questionamentos elaborados, certifique-se de que prestou o máximo de atenção em tudo o que o CEO expôs. Além de essencial para a sua decisão, é possível que os entrevistadores utilizem informações apresentadas ali nas próximas etapas.
4 Cuidado com a postura
Apesar do clima informal e amigável deste tipo de evento, lembre-se: o encontro não é um happy hour – muito menos uma festa da faculdade. Por isso, atenção redobrada com a quantidade de bebidas alcoólicas ingerida e com a sua postura (com ou sem o efeito do álcool). E, claro, trabalhe para ter os níveis de ansiedade (e competividade) sob controle. Do contrário, corre-se o risco sabotar a si próprio.
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