A Operação Ressonância prendeu 20 e bloqueou R$ 1,2 bilhão dos envolvidos. Ação inicial sobre fraudes na Saúde do RJ, em abril do ano passado, foi só a 'ponta do iceberg', afirma procuradora.

Por Gabriel Barreira, G1 Rio

Veja o vídeo abaixo:

9849551296?profile=original

Operação Ressonância prende 20 acusados de desviar dinheiro da saúde

Entre os 20 presos na Operação Ressonância estão ex-diretores da Philips no Brasil. Daurio Speranzini, que exerceu o cargo de CEO da multinacional e estava em posição semelhante na GE, e Frederik Knudsen, supervisor de vendas da Philips, são suspeitos de integrar esquema de corrupção na Saúde do RJ chamado de "clube do pregão internacional". A Philips diz estar colaborando com as autoridades.

De acordo com a investigação, os executivos das empresas que faziam parte do "clube" pagavam até 40% do valor dos produtos ao empresário Miguel Iskin em forma de comissão. Iskin, preso esta manhã, já havia sido alvo da Operação Fatura Exposta, em março de 2017, com o sócio Gustavo Estellita e o secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes. Todos haviam sido soltos pelo ministro Gilmar Mendes.


style="display:block; text-align:center;"
data-ad-layout="in-article"
data-ad-format="fluid"
data-ad-client="ca-pub-6652631670584205"
data-ad-slot="1871484486">


Resumo

  • São 12 presos preventivamente e 8 temporários no RJ e em SP; 2 estão foragidos
  • Foram 43 mandados de busca e apreensão
  • Cerca de 180 policiais federais foram mobilizados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais e no Distrito Federal
  • Soltos por Gilmar Mendes, os empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita foram presos novamente esta manhã
  • Sérgio Côrtes, secretário de Saúde de Sérgio Cabral preso com Iskin e Estellita, foi intimado a depor, mas não estava em casa quando a PF chegou
  • Os conglomerados atraíram empresas fornecedoras e formaram cartel para direcionar as compras de equipamentos médicos. Para tal, agiam para manter a direção no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into)
  • O esquema duraria até hoje e não foi interrompido nem com a prisão de Iskin, Estellita e Côrtes

operacao-ressonancia-esquema.jpg?width=600Operação Ressonância (Foto: Claudia Peixoto/Arte G1)

style="display:block; text-align:center;"
data-ad-layout="in-article"
data-ad-format="fluid"
data-ad-client="ca-pub-6652631670584205"
data-ad-slot="1871484486">

Delatores dão conta de que havia um "clube do pregão internacional" e que as fraudes prosperaram entre 1996 e 2007. De acordo com a procuradora, a média de comissões pagas ao empresário Miguel Iskin eram de 40%. "O que daí pode se estimar o dano ao Erário, que também foi objeto de pedido de sequestro pelo MPF".

O Ministério Público Federal diz que o cartel "congregava fabricantes multinacionais de equipamentos médicos que ajustavam as vitórias nos procedimentos licitatórios em troca de pagamento de comissões exorbitantes a Miguel Iskin no exterior, por intermédio de offshores".

São investigadas 37 empresas e os crimes de formação de cartel, corrupção, fraude em licitações, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, havia interesse de multinacionais em manter a direção do Into, em volta do qual criou-se o cartel para direcionar os vencedores e os valores a serem pagos nos contratos de fornecimento do Instituto.


style="display:block; text-align:center;"
data-ad-layout="in-article"
data-ad-format="fluid"
data-ad-client="ca-pub-6652631670584205"
data-ad-slot="1871484486">


Sérgio Côrtes fora de casa

Sérgio Côrtes foi um dos intimados a depor na ação desta quarta, mas não foi encontrado em casa pelos agentes. Os advogados informaram que ele acompanhava a filha numa operação.

Documentos fornecidos pela defesa mostram que o ex-secretário chegou ao estacionamento de um hospital de Copacabana às 6h em ponto. No prontuário médico, a filha passaria por uma mamoplastia, cirurgia plástica nos seios.

Côrtes foi solto em fevereiro a mando de Gilmar Mendes. O ministro do STF determinara a substituição da prisão por medidas cautelares, que incluiriam o recolhimento domiciliar ni

"Ainda estamos avaliando se houve descumprimento das medidas cautelares (por parte de Sérgio Côrtes). Informações preliminares que temos é de que se ausentou devido a uma cirurgia (na família). Não sabemos se isso deveria ou poderia ser justificado antecipadamente. Seria prematuro dizer se rompeu ou não as medidas cautelares. Não sabemos se era uma medida de emergência ou eletiva", diz o procurador da República Felipe Bogado.

investigados.jpg?width=600Investigados (Foto: Claudia Peixoto/Arte G1)

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob

Faça seu post no DikaJob