Imagem de Annick Vanblaere por Pixabay
As células-tronco são uma esperança para o tratamento de muitas doenças, incluindo o Parkinson, uma condição neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Duas pesquisas recentes usaram células-tronco para criar modelos de estudo e terapias potenciais para o Parkinson.
A primeira pesquisa, publicada na Nature Communications, foi realizada por uma equipe internacional liderada pelo Instituto de Pesquisa Dinamarquês para Neurociências Translacionais da Universidade de Aarhus, com a colaboração do Instituto Científico San Raffaele de Milão. Os cientistas conseguiram modificar geneticamente as células-tronco para aumentar sua capacidade de se diferenciar em neurônios dopaminérgicos, que são os responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos. Esses neurônios são os que morrem no Parkinson, causando sintomas como tremores, rigidez e lentidão. Informou a ANSA.
Os pesquisadores usaram um método chamado "edição gênica" para desativar alguns genes nas células-tronco que poderiam levar à formação de outros tipos de células nervosas indesejadas. Assim, eles conseguiram obter uma linhagem pura de células-tronco que só geravam neurônios dopaminérgicos. Essas células foram transplantadas em ratos com Parkinson e mostraram-se capazes de restaurar a função motora dos animais.
A segunda pesquisa, publicada na Nature Methods, foi desenvolvida por um grupo liderado pelo Instituto de Biotecnologia Molecular da Academia Austríaca de Ciências. Os cientistas criaram um organoide cerebral, ou seja, uma estrutura tridimensional formada por células que imitam as características e funções de um órgão. Neste caso, o organoide reproduzia o circuito dopaminérgico do cérebro humano, que é afetado pelo Parkinson.
Os pesquisadores usaram células-tronco para gerar diferentes tipos de células cerebrais, incluindo os neurônios dopaminérgicos e outros tipos de neurônios que se conectam com eles. Eles organizaram essas células em uma matriz tridimensional que permitia a formação de sinapses e circuitos funcionais. O organoide resultante tinha propriedades elétricas e bioquímicas semelhantes às do cérebro humano e podia ser usado para estudar os mecanismos da doença e testar novas drogas.
Essas duas pesquisas representam avanços importantes no campo das células-tronco e do Parkinson. Elas abrem novas possibilidades para entender melhor a doença e desenvolver tratamentos mais eficazes e seguros.
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