A farmacêutica de origem norte-americana Abbott planeja reforçar a aproximação com o consumidor brasileiro por meio de lançamentos para doenças cujo tratamento ainda não conta com nenhum medicamento específico. Para isso, investiu R$ 20 milhões na construção do Centro de Desenvolvimento Farmacêutico no Rio de Janeiro, que começou a operar em 2016 e terá capacidade plena até 2020.
O centro foi projetado para desenvolver moléculas em escala-piloto, que só ganham produção em larga escala a partir da avaliação de demanda. O objetivo é desenvolver medicamentos de marca em áreas como cardiologia, saúde da mulher, gastroenterologia, respiratória e sistema nervoso central.
“Adotamos como modelo de negócio a inovação incremental, com o objetivo de ampliar o acesso e a adesão ao tratamento pela população, ofertando um portfólio diferenciado para cada região”, afirma Juan Carlos Gaona, gerente geral da Abbott no Brasil e responsável pela divisão de negócios farmacêuticos. Segundo o executivo, a companhia já lançou três produtos para a saúde feminina (Stetic Hair, Stetic Sculp, Zafolat e Gestaz) e esse ano pretende colocar no mercado o quarto medicamento, voltado para a área de angiologia.
Com um faturamento de US$ 30,6 bilhões em 2018, a farmacêutica investiu US$ 2,3 milhões em P&D e projeta para este ano um crescimento acima da média do mercado, em torno de 8,6%. Com quatro unidades de negócios: farmacêuticos, dispositivos médicos, nutrição e diagnóstico, a companhia está presente há mais de 80 anos no Brasil, com 2.400 colaboradores.
Além da sede administrativa em São Paulo, a Abbott conta com uma fábrica no Rio de Janeiro e outra de válvulas cardíacas em Belo Horizonte, da qual 10% da produção é local e o restante é exportado para Estados Unidos e Europa. Também mantém uma unidade de processamento de material biológico em Concórdia (SC).
Tecnologia como aliada à saúde
As novidades sobre a companhia foram obtidas durante a segunda edição do Espaço Vida, evento que ocorreu de 20 a 25 de maio em São Paulo (SP) e reuniu mais de 2 mil profissionais da área da saúde, estudantes, médicos, consumidores e parceiros. Na ocasião foram apresentadas as principais tecnologias e inovações da empresa. E uma das áreas mais estratégicas está relacionada ao diabetes, na qual a farmacêutica é líder mundial de monitorização de glicemia.
Em janeiro deste ano, a Abbott lançou o aplicativo FreeStyle LibreLink, que viabiliza o monitoramento dos níveis de glicose diretamente pelo smartphone, sendo voltado a pacientes que fazem uso do FreeStyle Libre. Lançado em 2016, o dispositivo lê os níveis de glicose por meio de um sensor que é utilizado na parte posterior superior do braço por até 14 dias, eliminando a necessidade das rotineiras picadas nos dedos. Está disponível no e-commerce da Onofre e nas redes Droga Raia e Drogasil pelo valor de R$ 239.
“Com o aplicativo, basta o usuário aproximar o smartphone do sensor para registrar e visualizar os níveis de glicose em tempo real e avaliar o histórico de glicose das últimas oito horas. Ele também permite o compartilhamento dos dados com médicos, cuidadores e profissionais de saúde e do varejo farmacêutico”, afirma Sandro Rodrigues, gerente geral da Divisão de Cuidados para Diabetes no Brasil.
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